Segunda-feira, 6 de Julho de 2009

Privilégio

Li em algum sítio que mais de 50% dos Portugueses, jogam no totoloto, no euro milhões, no totobola ou nas lotarias, procurando dinheiro, fortuna ou riqueza que lhes proporcione bem-estar económico e social.
Em entrevistas, há quem afirme, categoricamente, que joga para enriquecer.
Só que, os jogos de sorte são incertos, e a tão ambicionada riqueza pode nunca chegar, frustrando estes jogadores.
Esquecem-se, no entanto, de valorizar outras riquezas que possuem sem dar por isso.
- Ter saúde, trabalho e uma família, não é uma riqueza? - Viver num país onde os conflitos sociais e catástrofes não atingem, ou não têm atingido, as dimensões das que acontecem noutras partes do mundo, não será um bem - Estar vivo, não será a melhor e maior riqueza?
Penso que só lhes dão valor, as pessoas que as não têm. As que as têm, não dão por elas, ou não ligam.
Mas há mais.
E ter amigos? Não será outra riqueza?
Além de ser uma riqueza, e grande, é um privilégio, sem igual, que está ao alcance de todos.
Falar com os amigos, visitá-los, convidá-los para um almoço ou um passeio, são maneiras nobres e gratificantes de se tornar rico. Apostar nos jogos de sorte, é incerto, mas apostar nas amizades é certo, seguro, rentável e custa tão pouco. Basta querer. Basta ser amigo.
Que tem amigos é rico. É privilegiado.

Jcm-pq
 

publicado por jcm-pq às 21:16
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Quarta-feira, 1 de Julho de 2009

Comportamento

Entrei no Jumbo de Faro para fazer compras. Passei pela área de livros e publicações e dei uma olhada ás capas das revistas expostas.
De repente ouvi a seguinte frase: “ F..., se eu tivesse este body, mandava à M… o C… da escola”.
Uma frase tão curta e três palavrões. Se estivesse no Norte, não me admirava, mas ali até parece que tinha ouvido mal. O tom de voz, não foi alto, mas ouviu-se bem num raio de três metros. Olhei, e vi duas jovens que não tinham mais de 15 anos. Nem sei qual delas foi a autora. Ao aperceberem-se que eu tinha ouvido, deram uma gargalhada e seguiram para a secção dos discos.
A observação foi feita á capa de uma revista que mostrava os atributos físicos dum modelo fotográfico de que nem sei o nome.
No momento nem sei se fiquei chocado ou indignado. Disse para mim próprio: tem calma Zé, não te enerves, não tens nada a ver com isso as boas ou as más acções só ficam bem ou mal a quem as pratica.
Acalmei, mas não deixei de pensar no sucedido. Ao princípio achei, as gaiatas do piorio, mal educadas, provocadoras e pensei que comportamentos assim é que fazem a sociedade que temos. Pensei melhor e concluí: que podem até ser mal educadas, mas não são do piorio nem são provocadoras, podem é ser vítimas das falhas existentes no ciclo da educação.

Os palavrões, impressionam pelo facto de serem ditos em local público, por duas crianças e sobretudo com o à vontade em que foram proferidos. Penso que isto é um problema de educação que pode ser visto a três níveis: na escola, em casa e na sociedade.

A missão básica da escola é ensinar e educar. É na escola que os jovens iniciam a sua convivência em sociedade. Como não podia deixar de ser, nesta convivência aprende-se tudo. O bem e o mal. Dentro do que é possível, os professores, orientam, de forma colectiva, para o melhor caminho a seguir. Admitamos que não será fácil conseguir o óptimo da perfeição em comportamento lidando com um colectivo, por vezes bastante vasto de jovens. Alguns escapam. Portanto há falhas.
Do meu ponto de vista, estas falhas, devem ser supridas em casa. Os pais são os responsáveis pelo comportamento dos filhos. Um comportamento exemplar dos pais é meio caminho andado, já que os filhos têm tendência em os imitar. Mas, em vez disto, tenho a certeza que muitos jovens, actualmente, aprendem com os próprios pais condutas de mau comportamento, imitando-os. Já tenho ouvido pais chamar os filhos em termos impróprios, como: “vem cá ó filho da P…..”e utilizando estes termos dizem que são “prá frentex…..”. Com uma educação assim, é impossível educar. Também aqui há falhas.
Não posso esquecer o meio de convivência. Este passa à margem da escola e dos pais. Os jovens uns com os outros pensam que o meio de se afirmarem é com atitudes de choque, não importa o sentido. Dizer palavrões em público, é um meio de chamar a atenção sobre si próprios.
Para as jovens em questão, se calhar, foi natural dizerem o que disseram. Para elas é o meio de se afirmarem, de se tornarem crescidas, adultas, etc… Podem ser vítimas das falhas que apontei no ciclo da educação e do ambiente em que vivem. Em suma são vítimas da sociedade.

Pensei também no sentido da frase.
Tendo em conta o conteúdo da revista: “revista para homens”, deduzo que a jovem pensou ou pensa, que se tivesse um corpo como aquele, não precisaria de mais nada para viver.
Se a dedução estiver certa, é pena ver, como jovens daquela idade, já pensam na maneira fácil de ganhar dinheiro.
Esta forma de pensar, pode ser uma consequência da educação deficiente que teve ou dos próprios média que massacram a sociedade, exibindo, sobretudo em revistas, padrões de beleza física que, indirectamente, descriminam negativamente quem está fora dele, omitindo outros padrões de beleza interior ou qualidades interessantes e valorosas. Este processo faz com que os jovens só vejam os seus “defeitos” físicos e não as suas qualidades.

Como mudar isto? Não sei!….

Descrevi e analisei desta forma a situação que presenciei e me chocou. Fico melhor comigo próprio, desabafando no papel aquilo que penso e sinto.
Partilho com os amigos, na perspectiva de que lhes pode ser útil o meu ponto de vista e de me ficarem a conhecer melhor.

Jcm-pq
 

publicado por jcm-pq às 16:49
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