O Joaquim e a Isabel eram um casal feliz, alegre e simpático. Relacionavam-se bem com toda a gente. Eram boas pessoas. Passaram a sua juventude numa grande cidade, onde trabalharam, criaram e educaram os dois filhos: O José e o Manuel.
Chegada a idade da reforma, trataram da papelada, reformaram-se e voltaram á sua terra, uma aldeia no coração da Beira Baixa.
Com cerca de 70 anos de idade, dedicaram-se á exploração de uma horta que herdaram dos pais de Isabel. A horta era bastante espaçosa. Tinha terra de cultivo, quanto baste, e cómodos para animais domésticos. Com estas condições não tardaram os primeiros animais além do, já existente, cão, um casal de patos. A seguir vieram mais: Frangos, galinhas e coelhos. Em pouco tempo encheram as capoeiras. No geral, esta criação logo que atingia maturidade era abatida e consumida, com excepção do casal de patos. Foram os primeiros, “hóspedes”, e tinham muita estima por eles.
Até aqui, é uma história normal, vulgar e idêntica a tantos outros casais espalhados pelo mundo. Interessante, foi o que se passou com o casal de patos:
Os patos eram de raça seleccionada. A pata além de boa poedeira era uma óptima criadora. Os bandos de criação nunca eram inferiores a 15 patinhos. Era um regalo vê-los patinhar no tanque de água, junto á capoeira. Grasnavam bastante e ruidosamente, mas sabia bem ouvi-los.
Certo dia, a pata morreu. A morte foi natural e não causou surpresa, devido á idade. Tinha á volta de doze anos. O Joaquim enterrou-a na horta, um pouco mais abaixo das capoeiras. O pato assistiu e durante dois dias ficou prostrado junto ao local. De vez enquanto grasnava, baixinho, e notava-se, nitidamente, a tristeza do bicho. O Joaquim teve alguma dificuldade em fazer voltar o pato á capoeira. – Nem parece o mesmo. – Dizia a Isabel. Ainda tentaram novo acasalamento, sem sucesso.
No início, quando o soltavam, corria para o sítio onde a pata fora enterrada. Aos poucos, perdeu o hábito. Parecia que tinha esquecido.
Passado, mais ou menos um ano, numa manhã, o Joaquim pegou numa enxada e começou a amanhar o lance de terra, onde jazia a pata. O pato andava fora da capoeira. Sorrateiramente aproximou-se e ficou por ali. Olhava para o Joaquim e ao mesmo tempo grasnava. Era um grasno diferente do habitual. O Joaquim não ligou e continuou. Em dada altura, pegada á enxada, veio uma asa da pata em meia decomposição. Bem! O Joaquim não ganhou para o susto!. O pato, enfurecido, saltou-lhe aos pés. Em atitude agressiva, de bico aberto, com grasnos arrepiantes abriu as asas e colocou-se em cima da asa da pata. O Joaquim, refeito do susto, aproximou-se e tentou afastar o pato. Impossível. Á aproximação o pato atacava. – Logo te cansas de estar aí. – Pensou, e afastou-se. Durante todo o dia o pato manteve a posição de guarda e protecção. Á noite nova tentativa por parte do Joaquim, sem resultado. Desistiu e regressou a casa.
Na manhã seguinte, Joaquim ia preocupado a pensar na forma de afastar o pato. Não lhe ocorreu solução mas também não foi necessária: O pato estava morto, de asas abertas, em cima do que restava da asa da pata!!!.
Os animais também amam!!!.
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