A “bomba” que rebentou com o plano de resgate a Chipre, apresentado pela União Europeia (EU), provocou duas ondas de choque diferente e em momentos diferentes. Primeiro foi a surpresa e a dúvida. Houve quem pensasse que era uma brincadeira de mau gosto!. Não se brinca com coisas sérias, ouvi dizer!. Mas foi sol de pouca dura!. Quando se verificou que não era brincadeira nenhuma e que era mesmo a sério, veio a segunda onda. Instalou-se a revolta, a desconfiança e o receio no futuro. Nesta vaga toda a gente, cada um à sua maneira, deitou contas à vida! Os mais esclarecidos e atentos à política, viram de imediato a “argolada” cometida pelos responsáveis da UE. O aparato noticioso que se desencadeou é do conhecimento geral. Não vou repetir, títulos e parangonas noticiosas que toda a gente leu e/ou ouviu. Os outros, os desatentos da política, pensaram de imediato nas suas pequenas poupanças!. Poupanças essas guardadas no banco para fazer face a eventuais necessidades imprevistas; Poupanças essas provenientes de rendimentos do trabalho já liquidas de uma série de impostos a que estiveram sujeitas. Muita gente, por essa Europa fora, naturalmente ficou aflita. O tempo foi passando e as noticias continuaram!. Finalmente uma boa noticia, chegou: “Parlamento cipriota chumbou controversa taxa sobre depósitos”. Nenhum voto a favor, 36 contra e 19 abstenções! Bem feito!. Embora os credores, se sintam no “direito” de exigir a seu belo prazer, é bom que, independentemente das consequências, haja alguém que lhes bata o pé, em defesa da integridade própria!. Há limites para tudo!.
Com as reacções geradas na União Europeia e até no mundo, houve logo quem se demarcasse de tal posição e quem se apressasse a dizer que tal medida nunca seria aplicada nos restantes países da União. Era, portanto, uma medida específica para o Chipre!... O porquê, não se sabe!. Embora tenha ouvido “zum , zum´s” de que era para penalizar a “lavagem de dinheiro”. Fico na dúvida!. Acho que não é forma de penalizar um crime!
Bom! E agora? Perante isto, podemos ficar sossegados? Para já, eu digo não muito, embora o sr. Ministro das Finanças tenha dito que em Portugal, “está fora de questão”!. Digo isto, porque temos assistido a determinadas afirmações de “nunca, não, temporário” e depois verifica-se exactamente o contrário: O “nunca” inverte-se, o não passa a sim e o temporário passa a definitivo. O ficarmos sossegados, a meu ver, depende da solução que for dada ao Chipre! Neste momento, com base no que aparece na imprensa, deduzo que muitos dados estão em cima da mesa. Dois deles muito importantes: A Rússia e a Igreja Ortodoxa do Chipre. Ficou-me uma afirmação do arcebispo da igreja Ortodoxa: “Toda a riqueza da Igreja está à disposição do Chipre para que possamos levantar-nos sozinhos e não com a ajuda de estrangeiros ”. Será isto possível? Sem ajuda externa duvido, mas sem ajuda da UE é possível!. Depende do acordo que se estabelecer com a Rússia. E, obviamente a dimensão do acordo vai depender dos interesses que a Rússia possa ter no Chipre e na UE. Muitos cenários se podem configurar: Por exemplo, supomos que a Rússia teria interesse em abrir uma brecha na UE. Bastava apoiar o Chipre na integra ou conjuntamente com a Igreja Ortodoxa e exigir que o Chipre rompesse com a UE!... Pelo que se ouve é pouco provável que aconteça!. Mas, às vezes há surpresas!. A meu ver, se a solução encontrada eliminar de vez a tal taxa, podemos sossegar, se não, nem nós nem os outros países sobre resgate. Se o Chipre aguentar!…. …. …. Fico-me por aqui!... A ver vamos!...
Artigo presente no Jornal Povo da Beira – Edição 995
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