A SOLIDÃO
Hoje em dia o tema da solidão é bastante falado e discutido nos órgãos de comunicação social. Referem-se, essencialmente, á solidão a que muitos idosos estão sujeitos por não terem família ou esta estar ausente, por dificuldades económicas, por terem sido abandonados ou outros motivos desconhecidos.
Visto assim, até parece que os únicos motivos da solidão são a inexistência de convívio, vivência ou habitabilidade com outras pessoas, e que é um problema exclusivo de velhos e pobres.
A meu ver, o tema “solidão” é bem mais vasto. É um problema social, bastante complexo , e está longe de se esgotar aqui.
No dia a dia a viver em sociedade, deparamos com um sem fim de limitações e privações, de natureza diferente: Na partilha de ideias, no acesso ao que gostamos, no desfruto de uma vida condigna, no emprego, no ensino, etc… Todas estas privações nos são impostas directa ou indirectamente por motivos políticos, económicos ou religiosos, em suma, pela organização da sociedade.
Quando sujeitos a estas ou outras privações, sentimo-nos descriminados, sós e infelizes. Sem darmos por isso, sentimos a solidão. De forma diferente, é certo, mas é solidão.
Vistas as coisas deste modo, todo o ser humano, sem excepção, a sente. Não há ninguém no mundo, que diga estar completamente satisfeito. Toda a gente tem alguma necessidade, aspiração ou desejo por concretizar.
Cada estado de solidão provoca efeitos mais ou menos profundos, consoante o grau de importância que o próprio lhe atribui. A falta de companhia, a divergência de ideias, o confronto de maneiras de ser, o confronte de gerações etc..., não são vistos nem sentidos por todos da mesma forma.
Não estarei muito longe da verdade, se afirmar que a solidão vista assim, é a causa da felicidade e infelicidade do ser humano, é a causa dos disparates, distúrbios, roubos e violências praticados no mundo.
Sendo assim, o problema é de todos e não exclusivo de alguns. Todos temos a nossa quota parte de responsabilidade.
Seria utópico pensar num mundo perfeito. Mas pensar num mundo melhor, é viável. Para isso, não chegam as políticas ou lutas colectivas. É importante e primordial a luta e empenhamento individual. Cada um por si, pode, por um lado amenizar os estados depressivos ou de solidão, por via da meditação ou auto crítica, imaginando coisas belas e pensando positivo, por outro lado, dinamizando contactos com outros, mostrando as suas fraquezas e fortalezas no sentido de ajudar e ser ajudado.
Com estes procedimentos combateriamos a solidão, idependentemente a sua natureza, e contribuiríamos para a construção de um mundo melhor.
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