Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2008

Contos moralistas

Na sociedade actual, cada vez se assiste mais a atropelos e concorrência desleal entre as pessoas. É quase uma selva ou um salve-se quem puder. Sabemos que está mal, ou pelo menos toda a gente diz que sim com a cabeça, mas a culpa nunca é nossa, é sempre dos outros.

Sabemos que temos uma missão. Toda a gente tem uma missão, mas será que nos preparamos, convenientemente, para a cumprir?. Se calhar, não!!! E, não será esta a causa dos males e defeitos que vemos na sociedade?

Há muito tempo contaram-me um conto. Na altura não o percebi, nem vi qualquer moral a tirar dele. Achei que era mais uma história da carochinha. Hoje, vejo e sinto que esse conto “antigo” permanece muito actual.

 

Vou dar o meu melhor na sua reprodução!.

 

Os Aguadeiros do Rei

 

Num reino muito distante, o Rei mandou construir o seu Castelo no ponte mais alto e inacessível do território. A localização era óptima, quanto a defesa e segurança, mas não tinha água. No planalto que circundava o morro onde fora construído o Castelo, havia duas nascentes. Uma do lado Norte a outra do lado Sul. O acesso a ambas era muito difícil.

Para abastecer o castelo de água, o rei contratou dois aguadeiros. Um para cada nascente. Um era alto, forte, bem constituído fisicamente, dextro e muito perspicaz. O outro, era em tudo, inferior. O que mostrava melhores atributos e qualidades ficou com a nascente Norte e obviamente o outro com a do lado Sul.

A tarefa de cada um, era encher o reservatório que lhe competia. Logo que estivesse cheio, podia parar e não fazer mais nada. A sua missão, diária, estava cumprida.

O aguadeiro perspicaz, preparou o acesso á nascente, de forma a permitir-lhe ligeireza, para que mais rapidamente enchesse o reservatório que lhe competia e ficar assim, com tempo livre para passear e descansar. Então optou por fazer atalhos, com alguma inclinação e com degraus mais altos que o normal. Num ápice concluiu a obra. O acesso, embora melhorado, estava longe de se considerar bom. Isso não preocupou o aguadeiro, porque era forte e fazia o percurso com facilidade. Em meio dia enchia o seu reservatório. O resto do dia passava-o a dormir ou a dar conversa aos guardas do Castelo.

O outro aguadeiro, também preparou o acesso, á sua nascente, de forma a permitir-lhe ligeireza e condições para cumprir a sua missão. Como era mais fraco fisicamente, escolheu inclinações menos acentuadas, fez degraus simples e normais e foi mais longe. Ao longo do percurso criou zonas de descanso, onde plantou árvores, flores, e, fez um banco, grosseiro, em cada uma, para se poder sentar. Demorou mais tempo que o outro, mas ficou óptimo. Criou um acesso mais longo, mas mais fácil. Plantou árvores e flores que tinha de regar. Como tinha zonas de descanso, quando passava nelas, descansava. Levava o dia inteiro para encher o reservatório que lhe competia.

Ao fim do dia quando se encontravam nos aposentes, o primeiro ria. – Durante a tarde não fiz nada, estive aqui de papo para o ar – Dizia com ar de gozo – E o rei até me elogiou por ter sido tão rápido – Acrescentava. – Ainda bem – Era a resposta do outro.

Passado algum tempo o aguadeiro da nascente Norte, começou a ter dificuldades em encher o reservatório, no meio dia de que ele tanto se gabava. Gradualmente o tempo foi aumentando, até que em dada altura, acabava de encher ao mesmo tempo que o outro. Por vezes, quando chegava aos aposentes o companheiro já lá estava. Chegava tão cansado, que dava pena. Deitava-se sem dizer uma palavra.

O aguadeiro da nascente Sul mantinha o mesmo ritmo e não se notava qualquer alteração na sua conduta. Continuava a cumprir a sua missão com eficiência.

Aconteceu, que o Rei farto de estar limitado ás muralhas do castelo, resolveu fazer uns passeios. Escolheu os caminhos dos aguadeiros, e alternadamente ia ás duas nascentes. Quando ia á nascente Norte, a Rainha queixava-se do mau humor do Rei e comentava o seu visível cansaço. Quando ia á nascente Sul o efeito era exactamente o contrário. O rei chegava de bom humor e fresquinho que nem uma alface.

Algum tempo depois, o aguadeiro da nascente Norte adoeceu e teve de ser substituído. Faleceu passado algum tempo. O motivo da morte foi o terrível cansaço que dele se apoderou. O da nascente Sul, continuou ao serviço e a cumprir a sua missão, por longos e longos anos.

O Rei continuou a fazer os seus passeios, mas só à nascente Sul.

 

Moral da história. Cada um tire a que entender!!!.

 

Jcm-pq

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Terça-feira, 2 de Dezembro de 2008

Pára-quedismo

Sou um entusiasta do pára-quedismo. Tudo quanto se relaciona com este tema, desperta-me o interesse. Não tivesse, eu, sido pára-quedista militar! É verdade! O bichinho ficou cá dentro.

Um dia destes, estava com um amigo, prostrado, em frente á Televisão, para assistirmos a um desafio de futebol. Antes do desafio começar, o programa de recepção no estádio, contemplava saltos em pára-quedas. Saltos de queda livre. Enquanto assistia, perguntei ao meu amigo. – Sabes que idade tem o pára-quedismo? – Não sei. Palpita-me que a mesma que a aviação. – Respondeu. – Estás enganado, é bem mais recente. Tal como o conhecemos, remonta ao final dos anos 30.

Bem! Não admira as pessoas não saberem. São curiosidades que só despertam interesse a alguém como eu, apreciador da modalidade.

Ver o pára-quedismo de hoje e compará-lo com o dos primórdios, a diferença é abissal. A modernização dos equipamentos (pára-quedas) e das próprias aeronaves, contribuíram para a sua evolução e desenvolvimento. O aparecimento dos denominados “desportos radicais” também foi uma ajuda, pelo menos, para diversificar a modalidade.

No inicio, os pára-quedas eram enormes. Só a calote, de tecido de seda, tinha a dimensão de quarenta metros quadrados. Insuflado e vista no ar, não parecia. Não eram fáceis de manobrar. Deslizavam ao sabor do vento. Para facilitar a aterragem, o pára-quedista puxava os cordões do lado do vento, por forma a criar uma aba na calote, que funcionava como corta vento. Isto permitia mais suavidade nas aterragens. Um marco importante na evolução do pára-quedismo, foi o aparecimento da queda livre. Nos saltos em queda livre, o pára-quedista é que tem de accionar o mecanismo de abertura, quando achar oportuno e seguro. Normalmente, é entre os quatrocentos e os oitocentos metros, independentemente da altura da saído do avião. Os saltos automáticos, são efectuados entre os quatrocentos e os seiscentos metros ,e, o mecanismo de abertura é accionado por uma tira extractora que fica presa na aeronave. Quando o pára-quedas está completamento fora do saco e totalmente esticado, rebenta, por tracção, o fio que liga o pára-quedas á tira extractora, e o pára-quedas, abre.

Os pára-quedas de queda livre eram bastante diferentes dos outros. Tinham fendas, ligadas a cordões, que o pára-quedista manobrava para contrariar o vento. Esta potencialidade permitia obter bons resultados em saltos de precisão.

Hoje em dia, tanto os pára-quedas como os saltos, não têm muito a ver com os de antigamente.

Os pára-quedas, de queda livre, de hoje (parapentas), são autênticas asas que conseguem voar contra o vento. Por isto, consegue-se maior precisão nos saltos e aterragens sempre em pé. São facilmente manobráveis e o mecanismo de abertura foi melhorado, tornando-se mais seguro. Foi-lhe associado um computador, que provoca a abertura á altura predeterminada, se o pára-quedista não o fizer antes.

Tenho de referir o “win surf”. Há vinte anos atrás, se alguém falasse nisto, chamavam-lhe doido e se o tentasse fazer, passava de doido a maluco varrido. Não sei quando é que o primeiro aventureiro o fez. Mas, voar em cima de uma prancha deve ser uma das maravilhas do mundo. Temos assistido a belas imagens, quando os festivais são transmitidos por televisão.

Não posso esquecer a possibilidade que foi dada a toda a gente. Qualquer pessoa, deficiente ou não e dos oito aos oitenta anos, pode saltar em pára-quedas. Pendura de pára-quedista experiente, é certo, mas não deixa de ser um salto em pára-quedas. A sensação e emoção é igual. O testemunho de quem já o fez, é positivo.

Desta breve descrição, vejo o quanto o pára-quedismo evoluiu. Já no meu tempo considerava uma grande evolução em relação ao inicio. Mas, desde aqui até agora, embora o período de tempo, seja sensivelmente o mesmo, a evolução é enorme.

Com certeza que não vai parar. Como será daqui a trinta anos!!!?. Veremos

 

Jcm-pq

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Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008

Ser simples ...

Hoje, as queixas do dia, salvo raras excepções, são: A vida está difícil, a vida é um martírio, a vida é uma tragédia, viver assim é complicado, enfim, é só desgraça, não há nada de bom, ou se há, é ignorado.

Curiosamente, estas queixas não partem daqueles, para quem a vida nunca foi boa. Os queixosos, na maioria, são os privilegiados.

De facto a vida não é fácil todos os dias. Há dias melhores, dias piores e dias assim assim. Mas, há pessoas, que á mínima contrariedade, por mais simples e leve que seja, soltam o seu pessimismo, clamando, drama e a tragédia, por antecipação. A isto chama-se complicar a vida. Complicam a sua e a de quem com eles coabita ou lida, provocando, infelicidade, desânimo, e por vezes, desespero. Os que assim procedem, parece-me quererem mais do que aquilo que a vida lhes pode dar, ou a que têm direito, desvalorizando, ou não dando valor, ao que realmente têm. Querem mais e mais, e por mais que tenham, nunca estão satisfeitos. Há sempre algo melhor. São pessoas, ambiciosas, presunçosas, egoístas, preconceituosas que se julgam superiores a tudo e a todos. Abreviando, são pessoas complicadas e complicativas.

Penso que estas pessoas seriam mais felizes, se fossem modestas, moderadas e sensatas, em suma, simples. Se assim fosse, não havia queixas daquela natureza.

Para ser simples não é preciso ser ou tornar-se pobre. As pessoas podem ser simples de várias maneiras, independentemente, a sua situação social, intelectual, profissional ou outra. Cada um pode e deve tirar partido de tudo o que a vida lhe dá, tendo sempre em conta uma fasquia de conduta, comportamento, entendimento, tolerância e sentimento pelos outros.

Ser simples, é ser positivo, tolerante, ter um sentido construtivo e solidário para com os outros, e, acima de tudo, valorizar e viver melhor com aquilo que se tem. Ser simples é simplificar a vida ou, pelo menos, não complicá-la.

Em última análise. Ser simples é ser humano, tolerante, educado, generoso e solidário.

 

Conclusão: Complicar a vida é fácil. Descomplicar é difícil. Portanto, é melhor ser simples.

 

Vamos ser simples.

 

Jcm-pq

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Quinta-feira, 13 de Novembro de 2008

Faina da azeitona

Nestas duas semanas anteriores, estive ocupado na faina da azeitona. Uma tarefa que já há muito tempo não participava nem via . Antes de iniciar o serviço militar participei em pleno! E, já lá vão quarenta anos! A actividade profissional também não mo tem permitido! Este ano foi o primeiro em que tive disponibilidade para tal!.

Recordei o passado!. Recordei os grandes ranchos (camarada) de homens e mulheres, normalmente casais, que se dedicavam em grupo à tarefa. Eram contratados por proprietários, com grandes olivais, em regime de empreitada ou à jorna. Para os proprietários era a maior fonte de rendimento ao longo do ano. Consequentemente, também, era a tarefa mais bem paga. Era bom para todos.

Os grupos, normalmente constituídos por quinze a vinte elementos, desenvolviam a tarefa de forma organizada. O capataz, responsável pelo grupo, coordenava as acções. Os homens munidos de escadas móveis subiam às oliveiras e ripavam a azeitona que caía em mantas, previamente estendidas pelas mulheres. Logo que terminavam numa oliveira mudavam para outra e assim sucessivamente!. As mulheres além de mudarem e estenderem as mantas apanhavam do chão as azeitonas que por diversas razões não ficavam nas mantas. Os grupos eram alegres. Quando o dia estava a correr bem, cantavam canções populares alusivas à tarefa. Recordo a mais popular: O “sol e dó” - Não te rias de quem chora, ai solidão, solidão! Que a Virgem também chorou, ai, ai, ai, ai…… - Assim dizia a letra!

 

Hoje é diferente. Os grandes proprietários acabaram, após a Revolução de 25 de Abril, em consequência da Reforma Agrária. O regime de pequena propriedade não justifica a formação dos ranchos à semelhança de outrora. Cada família colhe a sua. Quanto muito formam-se grupos tipicamente familiares (irmãos, filhos, primos …) que fazem uma camaradagem agradável. Foi o meu caso. Fizemos um grupo de seis elementos. Bem perto, uma família mais numerosa, formou um bonito rancho de dez. Estes, em dada altura ainda deram um ar de graça ao canto do “sol e dó”. A maior parte não sabia a letra! Mesmo assim gostei de ouvir!

 

E foi assim. Duas semanas numa tarefa que me deixou as mãos em mísero estado, mas que me trouxe muitas, muitas saudades!...

 

Jcm-pq

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Terça-feira, 28 de Outubro de 2008

Vizinhos

Os vizinhos são as pessoas que, por mero acaso, moram na mesma rua, na casa ao lado separada por um quintal ou até paredes-meias. Os vizinhos são vizinhos, por nada de especial. São vizinhos por coincidência. São estes como podiam ser outros. Na verdade são pessoas estranhas, que na maioria dos casos nada têm a ver umas com as outras. Por isto, na minha perspectiva, este facto, só por si, não é motivo suficiente e capaz de conferir um estatuto especial a estas pessoas.

Mas, há vizinhos e vizinhos. Há vizinhos simpáticos, respeitadores e educados – E são mesmo. Outros pensam que são, querem fazer crer que são, e não são. E outros, não são e assumem que não são. E, obviamente cada grupo comporta-se de forma diferente: - Os primeiros têm um comportamento exemplar e não perturbam ninguém. Os segundos, pelo contrário, têm procedimentos e atitudes, no mínimo, chocantes e bizarras. Os terceiros, têm atitudes idênticas aos segundos, mas não é de admirar. Nestes, últimos, é vulgar a coscuvilhice barata, odiosa com comentários que destilam carradas de inveja:

…..”Oh! aquele lá do fundo já tem um carro novo!!! Rica vida. O dinheiro de alguns dá para tudo!!! Só o meu não dá para nada.” ….”Aqui os do lado, não sei que vida é a deles!!! Ela vai duas vezes por semana ao cabeleireiro, ele anda sempre engravatado, deve ter a mania que é importante!!! Sempre gostava de saber o que fazem!!!” ….”Ali os do meio andam sempre com obras!!! É o arranja e desmancha – Mas quê, o muito dinheiro, faz mal!!!” Etc… etc… etc…

Mas há mais!. Quando não se ficam pelos comentários baratos e tentam imitar-se!. É um assombro. Até faz impressão. É vê-los num frenesim, desenfreado, a fazer compras, trocas, obras e outras coisas mais, que não me lembro. Têm necessidade de dar nas vistas e mostrar que são superiores aos outros.

E não se ficam por aqui!. É de sublinhar o seu comportamento com o animal de estimação, o cão!!!. – Um arranja um caniche o outro, forçosamente, tem de arranjar um cockers ou um lulu, que é mais “finesse”. De manhã, é ver as “madames” passear os cachorros, deixando-os fazer as necessidades em qualquer lado, na maior parte das vezes, à porta dos outros, sem qualquer preocupação de apanhar o respectivo dejecto. – O vizinho que apanhe, se sentir incomodado!!! – Dizem para os seus botões. Não é menos interessante, quando, de noite ou de dia, põem os cachorrinhos à varanda ou à porta de casa, em exposição, a ladrar horas seguidas. Um tolera-se, mas muitos, até dá a impressão que a rua ou bairro é um canil. Mas há ainda os que gostam tanto da cantoria dos caninos, que além do caniche ou cockers arranjam um são bernardo ou semelhante. É preciso, é que seja grande e tenha gorja para fazer de baixo na orquestra.

E, já não vou explorar aqueles que nos dias “sim”, dizem um bom dia todos sorridentes, nos dias “não”, moita carrasco. Nem olham. Como se pode entender este tipo de pessoas.

Este tipo de comportamento e atitudes não são admissíveis entre pessoas que se respeitam. São atitudes incomodativas. Incomodam sobretudo o primeiro grupo de vizinhos, que ficam perplexos. – É isto uma zona de habitação? – Interrogam-se!!!. Daí fazer-me confusão, a prática de alguns actos entre vizinhos do segundo e terceiro grupo: - Dar a chave de casa, para a eventualidade de o homem da EDP contar a luz; convites frequentes para beber café ou tomar um whisky; petiscadas nas tardes do fim de semana – são exemplos. Se não se respeitam!!!. Porquê isto? Sinceramente é um fenómeno que não compreendo. Não somos bichos. Somos pessoas e como tal temos aptidões para nos relacionarmos uns com os outros. De uma relação ténue, que se aconselha no inicio, pode nascer, desenvolver-se e fortalecer-se uma grande amizade. Quando isto acontece, não é por serem vizinhos, tornaram-se amigos. Penso que isto só é possível entre as pessoas do primeiro grupo. E aqui sim, a amizade já é motivo suficiente para a concessão de estatuto especial a um vizinho.

 

Jcm-pq

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Sexta-feira, 17 de Outubro de 2008

O Sucesso

Hoje em dia, talvez fruto da sociedade, toda a gente vive apostada em obter bons resultados, fáceis, rápidos e permanentes. Mais simples, no sucesso imediato de qualquer modo e a qualquer preço.

A ambição comedida, programada e objectiva, é salutar e aconselhável. Saber o que se quer e qual o caminho certo para o atingir sem atropelos ou imitações, é óptimo. A boa semente bem semeada dá boa colheita.

Só que, nesta sociedade moderna, o conceito, cultura e métodos utilizados para obter sucesso são perversos. A concorrência entre as pessoas é feroz e desleal. Ou se vence ou se perde. O individualismo e hipocrisia reinam e a solidão aumenta. O desgaste psicológico é grande e o stress avança e instala-se. A frustração progride e o desânimo toma posse. Tudo isto em prol do sucesso.

Sucesso! Sucesso!! Sucesso!!! E a felicidade? E a realização pessoal? E a dignidade? Isto não interessa!?

Será que sucesso é ter:

Um bom estatuto social (Get set), poder, um bom emprego, muitos bens, muito dinheiro, um bom casamento?.

ou,

Fazer o que nos traz felicidade, alegria, paz de espírito e liberdade para fazer o que queremos e não o que, directa ou indirectamente, os outros querem, arriscando a nossa dignidade?.

É nestas interrogações que está a chave do sucesso. Optar, balizar, programar ou objectivar pelo primeiro conjunto ou pelo segundo, é a solução.

A sensatez manda optar pelo segundo, mas cada um é livre!. Não esquecer que o lado oposto do sucesso é o fracasso.

 

Jcm-pq

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Quinta-feira, 9 de Outubro de 2008

Personalização

Um dia destes, estava a almoçar e tocou o telefone. Atendi. Do outro lado da linha, uma voz feminina, muito suave, perguntou :

 - Posso falar com o Sr. JM?

- É o próprio – Respondi

- Estou-lhe a falar do Hotel XPTO, para lhe comunicar, que foi sorteado com uma semana de férias para duas pessoas, no Algarve, em local à sua escolha …

Não deixei continuar a senhora. Interrompi e disse:

- Agradeço, mas não estou interessado.

Ainda houve alguma insistência da senhora, mas consegui desligar sem brusquidão. Todos sabemos, muito bem, qual a finalidade destes prémios. Como ninguém dá nada a ninguém, o objectivo é vender algo. Mas só cai quem quer!.

 

Lembro-me da correspondência publicitária, que diariamente nos aparece na caixa do correio. Iniciam com: “ Prezado Sr. ……..”, ou “ Caro ……..”, ou com mais intimidade “Amigo ……..”. Em seguida vem o convite para que o “Prezado Sr”, o “Caro”ou “Amigo” troque de carro, passe férias na Tailândia ou Nordeste Brasileiro, compre enciclopédias ou objectos de arte. Isto tudo a preços vantajosos.

Claro que, depois, os preços são tudo, menos vantajosos. Mas também só cai quem quer!.

 

Não me impressiona a lenga lenga utilizada. A essa já estou habituado. Impressiona-me, é a insistência, a repetição e a manutenção destas práticas. Isto não é novo, já tem anos! Mas se mantém é porque resulta, porque alguém adere. E, porque é que aderem? Não tenho a resposta, mas parece-me, que a simpatia da abordagem e tratamento personalizado são a chave.

Quem busca os nomes e títulos e os menciona ao telefone ou escreve em panfletos publicitários, deve presumir que o “Sr.”, o “Caro”, ou o “amigo” se sentirá lisonjeado. - “Quanta gentileza, tratarem-me assim” – O “Sr”, O “Caro” ou o “amigo” de coração amolecido, agradece a gentileza e sente-se disposto (na obrigação) a embarcar.

Esta invasão da privacidade, quer por via telefónica, quer por correio, a oferecer ou vender produtos e serviços não solicitados, é inominável.

 

Isto é massacre. Massacre pessoal !!!.

 

Que contrato ou ética autoriza semelhante violência?

 

Jcm-pq

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Quarta-feira, 1 de Outubro de 2008

Coisas da Vida!...

ZC e EV são um casal, que, orgulhosamente, fazem parte do meu circulo de grandes amigos. Conhecemo-nos há bastante tempo. Têm dois filhos: O LU e a IN. São uma família feliz e unida!... E, eu sou um privilegiado por os ter, a todos, como amigos!...

O LU, com trinta e dois anos, é casado e tem uma filha com dois anos. Profissionalmente, seguiu a carreira militar. É Capitão no Exército. Vive bem.

IN, tem vinte e nove anos e é uma miúda simpática e alegre. Em casa é do melhor que há. Sabe fazer tudo: Limpar, arrumar e cozinhar são tarefas que desempenha com gosto. Para petiscos, tem dedo!. E eu que o diga!. – Olha o meu colesterol!. – Digo eu. – Os meus petiscos curam qualquer tipo de colesterol!. – Diz ela com um sorriso aberto e cativante. É o orgulho dos pais!. – Damos graças a Deus pela filha que nos deu!. Repetem vezes sem conta. O LU também é uma jóia de rapaz, mas a IN é excepcional!. – Felizmente que ele não tem ciúmes – Diz a mãe. Quanto a beleza, é uma rapariga normalíssima!. - Não sirvo para modelo, mas também não parto espelhos – Diz ela com graça. Diz, ainda, que não tem físico de partir corações!... Pois!. Mas eu sei que um ingrato, amachucou bem o dela.

De facto, embora, desde Há dois anos para cá, tenha recuperado a alegria e felicidade, os quatro anos anteriores, foram negros!. Digo isto pelo que me foi permitido acompanhar e pelo que os pais me contaram.

Dentro da linha e espírito que me leva a escrever textos, vou tentar descrever, tal qual conheço a saga de quatro anos da vida de IN!. Ela sabe e diz que está ansiosa por ler!.

 

Então cá vai:

 

Com dezoito anos oficializou um namoro que na, realidade, já durava à cerca de um ano. Não era segredo para ninguém e muito menos para os pais. Uma das grandes qualidades de IN, é que nunca escondeu nada deles. Por opção, preferiu manter a relação como de amizade enquanto não atingiu a maior idade. – Só direi que namoro, quando puder votar. – Dizia a sorrir.

JO – o namorado – era um rapaz, alto, bem parecido e educado!. Era conversador e tinha ideias próprias bem formadas. Era agradável falar com ele!. Conversamos muito sobre assuntos militares. E, quando o LU estava presente, então a conversa prolongava-se!. Ninguém mais tinha licença para falar!. As mulheres fugiam do pé de nós!. Não fez tropa, mas interessava-se pelo assunto!. Porquê nunca soube. Eu dava corda, porque gostava de falar daquilo e o LU como militar profissional, obviamente participava activamente. Outros assuntos relacionados com uma diversidade de temas, nomeadamente: sociedade, mundo, convulsões politicas, economia, etc…, eram uma constante, nas muitas vezes que nos encontramos na casa dos meus amigos. Todos gostávamos dele!. – A IN merece!. – Comentávamos com alguma frequência!.

O namoro, durante cinco anos, foi normalíssimo. Desenrolou-se dentro dos parâmetros da época. Com algumas restrições – poucas – no inicio, mas depois foi à vontade. Saiam quando queriam, iam para onde lhes apetecia, faziam longos passeios pela Europa, gozavam férias sós ou acompanhados. Enfim, fizeram tudo o que os jovens da idade deles fazia. IN, entregou-se de alma e coração!.

Com vinte e um anos, IN terminou o Curso de Contabilista e inscreveu-se como Técnica de Contas. Com, relativa, facilidade conseguiu trabalho num Gabinete de Contabilidade. Entretanto, JO continuou os estudos em Psicologia Clínica. O casamento estava previsto para quando este terminasse.

Tudo estava a decorrer como o previsto. JO estava a finalizar com boa média e IN já se imaginava vestida de noiva. Andava radiante!... Mas, contra ao que toda a gente esperava, inclusive eu, as previsões não se concretizaram. O namoro de IN estoirou!... Foi um golpe rude para todos!... Obviamente, quem mais sofreu, foi ela!... Mas os pais também tiveram a sua dose!... A mim também me custou bastante!...

Na viagem de finalistas a Cuba, JO envolveu-se com uma colega. Já durante o curso esta o atazanava, mas JO resistiu às investidas. Longe de IN não teve força!. Pensou que depois de uma aventura ela o deixasse em paz!. Enganou-se!. Ainda ficou pior!. Telefonemas e SMS´s eram uma constante. Pior era quando lhe aparecia de surpresa em locais inesperados e a horas pouco convenientes!. Dava-se ao desplante de arranjar programas e lhos apresentar como facto consumado. Para levar a sua avante, chantageava!.. Estupidamente, JO deixou-se levar!. E, tantas vezes o cântaro foi à fonte até que …… a colega engravidou!. Aqui foi o fim!...

As desculpas que dava a IN, para as escapadelas, eram convincentes. A tónica era sempre profissional: Entrevistas e seminários eram o forte!... Ainda houve quem tentasse alertar IN, mas esta tinha tanta confiança nele que não ligou. Achou que era uma mistura de inveja e brincadeira de mau gosto!. Não quis acreditar!.

Quando JO lhe disse e tentou justificar o que não tinha justificação, IN passou-se!. Quando entendeu a situação, nem quis ouvir mais!.... Atirou-se a ele.

- Não sabemos onde é que ela arranjou tanta força. Ele ficou bem aviado!. As marcas na cara e no pescoço eram bem demonstrativas. Ele nem reagiu, limitou-se a fugir assim que conseguiu libertar-se dela!. Grande coça que ela lhe deu!...

- Contaram-me os pais.

Como era de esperar, IN entrou em estado de choque!. Fechou-se no quarto!... Chorou!... Desprendeu-se de tudo e de todos!... Não queria falar com ninguém!... Enfim, entrou num estado depressivo tão grande que esteve cerca de seis meses de baixa!... No primeiro mês só a mãe falou com ela!...

Quando os visitava e sabendo que ela gostava de falar comigo, os pais avisavam-na da minha presença. No princípio ignorava. Só passado algum tempo é que começou a aparecer!... Eu, numa tentativa de ajudar, lá lhe ia dizendo frases feitas, já por demais conhecidas e a cair de caruncho!... A maior parte das vezes olhava, sorria e nem respondia!... Consegui algum dialogo, quando sentiu que o que lhe dizia era realmente o que eu sentia!. O que era dito do coração!... Mesmo sem me dizer eu percebia quando discordava!. Eu tentava por outro lado!... Até lhe sugeri consultar um psicólogo. Negou com aceno de cabeça!. Não foi fácil lidar com a situação mas não desisti!... Ainda me recordo de uma resposta num desses diálogos.

– Como se sentiria se tivesse a sensação de que lhe roubaram todo o sentimento!... Até há pouco tempo eu só odiava!... Odiava as pessoas, as coisas, a minha vida!... Odiava tudo!... Odiava-me a mim própria!...

- Chocou-me!... Nem retorqui.

A pouco e pouco o estado critico foi passando!... Um dia, reportando-se ao inicio da situação, pediu desculpa ao pai ao irmão e à cunhada pelas atitudes que tomou!... Fez o mesmo em relação a mim!. – Não necessitavas fazê-lo. O que é preciso é que saias dessa “fossa” e tu tens força para isso!... – Respondi-lhe – Sim. Eu sei. Já arranjei e comecei um tratamento que vai resultar, vai ver!. - Respondeu, com o indicador direito colado à têmpora. – Ah! Sim!.. E posso saber que tipo de tratamento é? – É muito simples! Meditar nesta frase “Existem sempre um ou vários caminhos certos, mas às vezes necessitamos de nos separar um pouco da berma e alçar a vista para poder vê-los”. Hei-de encontrar o meu!. Li-a num livro que estou a ler “A Inutilidade do Sofrimento”!. - Esclareceu IN!. - Deus te oiça, rapariga!. – Disse eu!... Os pais encolheram os ombros!...

A recuperação foi lenta. Passados dois anos ou mais era frequente, nos convívios que fazíamos, passar do estado, mais ou menos alegre, para um estado melancólico!... Às vezes lá vinham umas lágrimas!... Levantava-se, ia à casa de banho e voltava!... Mas, naquele dia já não era a mesma!... Ela sofria!... Sofria muito!... Escondia o máximo que podia!... Mas, por vezes não conseguia!...

A mãe, ainda a incitou a sair e procurar o convívio de colegas. – O convívio faz-te bem!. Lá por ter acontecido o que aconteceu não quer dizer que seja sempre assim!.. Os homens não são todos iguais!... Esconderes-te em casa é o pior que podes fazer ……! – Só de ouvir isso fico arrepiada!. – Respondeu IN, desencorajando a mãe a continuar.

Não me recordo que alguma vez se tenha falado do JO, que entretanto, como era de esperar, casou. Casamento que durou pouco. Ao fim de três anos e com um rapaz, divorciou-se. Ninguém disse nada a IN porque em dada altura deixou bem claro que não queria falar ou ouvir falar em tal pessoa.

Mas, passado algum tempo do divorcio ter decorrido, JO tentou contactar IN: Primeiro pelo telemóvel. IN não conhecia o número. Quando se apercebeu de que era ele, desligou e nunca mais atendeu tal número; Ainda tentou com outro número e o resultado foi igual; Tentou no local de trabalho. IN não lhe deu troco, ignorou-o simplesmente!... Sabendo como ele era, IN suspeitou que a próxima tentativa fosse na residência. Pelo sim, pelo não, alertou os pais para essa possibilidade e dissuadi-os de correr com ele. Pelo contrário, disse-lhes para o mandarem entrar, que ela trataria dele a seguir. E de facto não se enganou. Não tardou muito o JO bateu-lhe à porta!. Cordialmente, os pais fizeram como ela disse. Chamaram-na e ficaram por perto. Ele queria falar em privado, mas ela não quis!... O dialogo não durou mais de dois minutos. IN disse-lhe tudo o que sentia e correu com ele. Remédio santo. JO saiu, cabisbaixo e não apareceu mais!. Nem IN nem os pais me contaram o que foi dito!... Mas imagino que deve ter sido muito dura!...

Há cerca de um ano, um colega do LU – o AM - aleijou-se num exercício físico e baixou ao Hospital Militar. Foi operado a um joelho e ficou três meses em convalescença. Era de Trás os Montes e não tinha familiares em Lisboa. Intencionalmente ou não, LU pediu à irmã que lhe fizesse uma visita e lhe desse alguma assistência. IN assim fez. Não lhe custou muito, até porque se lembrava dele das poucas visitas que fez ao quartel. Era simpático, alegre, educado e muito bem formado. Era de um humanismo de todo o tamanho. – Oh! IN não te incomodes comigo! Há coisas mais interessantes para fazer do que aturares este “chato”!. O teu irmão é que te meteu nisto!. Ele é que é o culpado!... – Repetia AM com frequência. IN não lhe dava ouvidos!. Começou com uma visita semanal, passou a duas e por fim todos dias. O que começou a fazer por dever cívico acabou por fazê-lo por gosto. Foi tão bom que quando AM teve alta, estavam noivos!.

Hoje estão de casamento marcado e IN é a mesma miúda alegre e extrovertida que era antes do incidente!...

Diz o povo, com alguma verdade, que o tempo cura todas as feridas!... Mas, em minha opinião, há certas feridas que só nós próprios é que as podemos curar!... No caso de IN, ela é que se curou a si própria!... Não necessitou de psicólogos ou afins!... A ajuda da família e dos amigos, onde me incluo, foi importante, mas é a ela própria que deve tudo!. O auto-tratamento, resultou!... Ainda bem!...

Força IN!. Grande mulher que tu és!..

 

Jcm-pq

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Terça-feira, 23 de Setembro de 2008

Os Idosos

Com alguma frequência tenho ouvido dos meus familiares idosos, manifestações de desgosto, desalento e desilusão com a vida. De maneiras diferentes, todos apontam no mesmo sentido - Que já não servem para nada, que ninguém lhes liga, mas que também não admira, porque nunca ninguém lhes deu valor ou apreciou. Ao princípio não ligava, até achava natural e que era próprio da idade.

Ultimamente tenho comentado isto com amigos e curiosamente dizem-me que os seus familiares dizem o mesmo. Sendo assim, parece-me um fenómeno generalizado, o que é preocupante.

Matutei no assunto e cheguei á conclusão que nós somos os culpados. Somos culpados porque não dialogamos com eles, e quando o fazemos, se não ouvimos o que queremos ou gostamos, acabamos por arrematar o diálogo com frases fatídicas, do tipo: “agora já não é assim”, “isso era no seu tempo”, “você sabe lá o que está a dizer” etc…, e desligamos. Uma atitude destas é, no mínimo, desumana.

É verdade que determinados assuntos da actualidade sejam do seu desconhecimento e consequentemente a sua opinião seja descabida ou disparatada. Mas eles querem falar, querem ser simpáticos, querem ser prestáveis, em suma, querem sentir-se úteis. De facto deve ser muito triste, sentirmo-nos passados e inúteis e pensar que a nossa vida foi banal e sem qualquer importância. Factos essenciais que levam o idoso, em desespero, a manifestar-se da maneira que o faz.

Em face disto, e se a minha teoria estiver certa, porque não mudarmos o sentido do diálogo, para algo que eles saibam discutir - chamar-lhes a atenção para o bom que foi eles terem existido, o quanto contribuíram para a felicidade dos que com eles conviveram, lembrar-lhes coisas boas do passado, lembrar-lhes algo de notável que tenham feito ou que lhes tenha acontecido - não conheço nenhum idoso que não goste de falar no seu passado.

No fundo é retribuir-lhes o amor e carinho, que nos deram, quando dele precisamos. E, quantas coisas mais poderíamos fazer por eles? Penso que muitas.

Se todos procedêssemos deste modo, aquelas angústias e desesperos com que deparamos, certamente, tenderiam a desaparecer.

Se nos transformarmos nos seus Anjos da Guarda, contribuiremos para que os seus últimos dias de vida, sejam passados com alguma felicidade e dignidade.

 

Jcm-pq

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Segunda-feira, 15 de Setembro de 2008

As Vindimas

Anualmente, por esta altura, colhem-se as uvas. É a época das vindimas!. Por todo o país se labuta nesta tarefa. Devido ás particularidades do clima, o início e o fim não é coincidente em todas as regiões. Em qualquer dos casos nunca vão para além do mês de Setembro. Cada região, tem o seu costume e tradição. Há regiões, sobretudo no Norte, que a vindima é uma autêntica época festiva. Logo ao amanhecer os ranchos encaminham-se para as vinhas, em romaria, cantando alegremente. A colheita e o transporte das uvas em cestos, para os tractores, que substituíram os carros de bois de outrora, fazem-se, ao som dos cantares tradicionais da região. Á noite, o esmagamento das uvas, é festa de arromba. Os homens, em calções, perfilados no lagar, abraçados, formam um cordão uniforme, que em movimentos de marcar passo, vão lentamente esmagando as uvas. Também esta tarefa é efectuada ao som dos cantares tradicionais acompanhados de acordeão. Comer e beber não falta. Homens, mulheres, garotos, velhos e novos, todos participam.

As televisões, mostram este espectáculo, digno de se ver. É a alegria, simples, do povo. – É bom, bonito, alegre e interessante, mas é uma amostra em relação a antigamente – Dizem os mais idosos.

As outras regiões: Beiras, Litoral, Alentejo e outras, também têm os seus costumes. Mais brandos, menos espectaculares, mas também têm o seu encanto. Á semelhança do Norte, a colheita é feita por ranchos e o transporte por tractores. O esmagamento por máquina ou manualmente no sarin dão. Só faltam os cantares, como no Norte.

Actualmente até no Norte, o esmagamento, na maioria é feito mecanicamente. As cooperativas de produção de vinho, são as principais responsáveis.

Seja de que modo for, o objectivo é o mesmo. Colher, esmagar as uvas e fabricar o vinho. O importante é que cada região, á sua maneira, mantenha a tradição e continue a realçar o acontecimento. Que em todo o país, por longos e longos anos, a época das vindimas não passe desapercebida.

 

Jcm-pq

publicado por jcm-pq às 12:19
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