Sábado, 18 de Dezembro de 2010

Boas Festas

Desejo a todos os meus amigos do blog e seus familiares um bom Natal e um Feliz Ano Novo.

 

Jcm-pq

publicado por jcm-pq às 18:12
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Domingo, 5 de Dezembro de 2010

As Novelas

As novelas tal qual as conhecemos são o fruto do desenvolvimento tecnológico na área da comunicação.

Iniciaram com o aparecimento da rádio. As novelas radiofónicas.  Não sei qual foi a primeira transmitida em Portugal. Lembro-me da “Maria”, transmitida aí pelo fim dos anos cinquenta, princípio dos sessenta. Foi extensa e teve  êxito. Era dramática. A entoação dada pelos autores era tão convincente, que os ouvintes, sobretudo as mulheres, choravam. Os maus eram rebaptizados com nomes pouco próprios!... Algumas reviam-se na trama e até prognosticavam o final. Não me lembro de outra, nem antes nem depois, mas admito que tenha havido mais.

Na época de ouro da rádio, romances famosos de bons escritores foram adaptados e transmitidos, abrangendo, por esta via, um universo maior da população. Estavam disponíveis em livro, mas, lembro que até meados do século XX, a maior parte das pessoas era analfabeta. Foi um grande salto na divulgação de cultura, costumes e informação, até então, só privilégio de alguns. Mesmo assim, ainda ficou muita gente de fora, devido á escassez de rádios. Na altura, um rádio era um objecto de luxo.

A televisão, logo que apareceu, revolucionou e desenvolveu esta actividade em grande escala. Concorreu e fez bastante mossa no cinema clássico. Não necessitava do aparato das produções cinematográficas e podia ser vista na comodidade do lar. As estações criaram os seus próprios estúdios e contratavam os actores pontualmente para as produções que se propunha realizar.

Penso que os pioneiros foram os Americanos. A série “Bonanza” nos anos cinquenta / sessenta foi um êxito espectacular. Outras que se seguiram não ficaram atrás.: Dallas, Sérpico, Missão Impossível são exemplos. Algumas até já foram ou estão a ser repetidas. O Chaparral – actualmente – foi transmitido aos Sábados pela RTP Memórias.  Mesmo em repetição, sabe bem ver, o que indica a sua qualidade.

Eram boas, mas tinham um senão!... Eram legendadas. Tendo em conta a taxa de analfabetismo da época …concluímos que a maior parte se ficava pelas imagens, sem perceber a história.

O Brasil, encarregou-se de resolver o problema. Muito cedo começou a produzir as suas próprias novelas. Tanto quanto sei a, extinta, TV Tupi, baseada no livro de Jorge Amado, produziu em 1960 a novela “Gabriela Cravo e Canela” que teve, no Brasil, um êxito estrondoso. O êxito foi tão grande que em 1975, a TV Globo, resolveu produzir uma nova adaptação. O êxito ainda foi maior!. No nosso país, até á revolução de Abril, não passou nenhuma novela Brasileira. Penso, sem certeza, que tal facto se deve á situação política que, então, se vivia!... A Televisão totalmente controlada pelo estado e a censura, são, indicadores, mais que evidentes!...

Como não podia deixar de ser, as novelas Brasileiras eram faladas em Português!. Isto para o nosso país era ouro sobre azul. Ver as imagens, perceber e entender a história era magnífico!... Tendo consciência disso, os responsáveis pela programação da RTP, em 1977, compraram, á TV Globo, os direitos de transmissão do novela “Gabriela Cravo e Canela”. Foi a primeira novela a ser transmitida na nossa Televisão em língua portuguesa. A estreia foi em 16 de Maio de 1977. O êxito foi enorme. Revolucionou os nossos gostos, hábitos e sobretudo atitudes. Á hora da novela, transmitida em horário nobre, o país parava para ver. Correu o boato que um Conselho de Ministros terá sido interrompido durante o último episódio, para assistirem ao desfecho!.. Por todo o lado se ouviam frases e termos brasileiros!.. Durou sete meses, com transmissão de cinco episódios por semana.

A partir daqui, outras lhe sucederam, com êxitos idênticos: Casarão, Roque Santeiro, Rainha da Sucata e Escrava Isaura, esta em segunda adaptação – Foram algumas!... A larga experiência, quer de produtores quer de actores, garantia a qualidade das produções e consequentemente o êxito.

Penso que o êxito brasileiro alcançado, contagiou os portugueses, que em pouco tempo lhe seguiram o exemplo. O humorista Herman José, deu os primeiros passos, com os seus sketch´s episódicos. A primeira grande produção a sério, foi levada a cabo pela RTP, com a novela “Vila Faia”. A história era interessante e o elenco de actores era do melhor que tínhamos. Não tinham experiência de Televisão mas eram autoridades em teatro e revista. Adaptaram-se perfeitamente. Não me lembro qual a novela brasileira em exibição, na altura, mas, fosse qual fosse não prejudicou a portuguesa. O êxito foi acima do esperado. Para início a RTP e todos quanto colaboraram, estavam de parabéns. E, na verdade, com adaptações de grandes obras ou guiões próprios,  nunca mais pararam: Origens, Maria do Mar, Ilha dos Amores, a Ferreirinha – são exemplos. Sem esquecer o recentíssimo galardão à “Meu Amor”. A abertura dos canais privados, SIC e TVI, contribuíram em grande para o seu desenvolvimento. Cada estação tem, actualmente, os seus próprios produtores e actores exclusivos.

Hoje, verificamos que uma boa parte da programação dos três canais a operar, é dedicada ás novelas. Por vezes, em horário nobre, são transmitidas duas. Normalmente uma portuguesa e outra brasileira. Em qualquer delas a audiência é elevada; o que não me surpreende, uma vez que o enredo foca casos que mais parecem reais.

No entanto, como em tudo, há quem as critique negativamente. Classificam-nas de anti culturais e acham que são em demasia. Dizem que não vêm!.,.,, Que não vêm “foleiradas”!... Mas, alguns destes “pseudo críticos”, em conversa corrente, utilizam termos que não enganam!... Conclui-se, que afinal vêm!...

As novelas são um fenómeno que dignifica realçar. Além de projectar cultura e informação, entram na esfera económica, ao criar postos de trabalho. Com o teatro e revista em decadência ou com pouca procura, os actores disponíveis e candidatos, podem assim desenvolver e aceder, mais facilmente, á actividade. Mais, promovem o consumo nacional e permitem a comparação dos nossos actores com os estrangeiros, que em nada lhes ficam atrás. No fundo, as novelas são um exemplo de progresso, fruto do progresso!...

publicado por jcm-pq às 10:02
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Segunda-feira, 12 de Julho de 2010

O Poeta Anónimo

Quando andamos por aí, encontramos uma enorme diversidade de pessoas!. Altas, baixas, magras, gordas, sisudas, risonhas, simpáticas, antipáticas, bem vestidas, mal vestidas, sós, acompanhadas ou em grupos!. Em qualquer das situações não sabemos quem são, o que são, o que pensam e, muito menos, o que lhes vai na alma! Podemos imaginar, pela sua maneira, aspecto e comportamento, e, ás vezes, até ficamos muito próximos. Mas, há casos em que ficamos muito, mas mesmo, muito longe. Acontece, quando julgamos pelas aparências!... Há dias, em Castelo Branco, aconteceu algo, inesperado, que me deixou perplexo e a pensar!... Com a minha mulher, entramos na charcutaria em que habitualmente fazemos as compras da especialidade. Á nossa frente, entrou um homem. O seu aspecto não era de dar nas vistas. Não vestia bem nem mal mas apresentava-se limpo. Se estivesse voltado para a análise, classificava-o como uma pessoa simples, com pouco cultura, inofensivo, solitário e sobretudo tímido. O Sr. Manuel – como lhe chamou a senhora da charcutaria – demorou um pouco a recolher das prateleiras o que necessitava. Não aparentava pressa!. Entretanto, a senhora, que já nos conhecia, deu-nos atenção e começou a aviar-nos. Estava a meio, quando o sr. Manuel se aproximou para pagar. Não trazia muitos artigos!... Dona Guilhermina, tome aí nota que eu já lhe pago – Disse ele. – Está bem. – Disse ela. – Pode interromper e fazer a conta, que o sr. entrou primeiro. – Dissemos nós. - Sr. Manuel, venha cá, que os senhores não se importam que passe á frente!. Chamou, ao mesmo tempo que pegava na caneta. Inesperadamente, o sr, Manuel disse: - Enquanto faz a conta aproveito para dizer um versos a estes senhores!... Sem dizer nada, ficamos a olhar para o homem, a ver o que saía dali. Eu, confesso, fiquei um pouco desconfiado!... - Não sei ler nem escrever, mas faço versos com muita facilidade, querem ouvir? Sem dar tempo a responder, lá vieram os primeiros, alusivos, exactamente, ao seu analfabetismo. - Fiquei viúvo há dez anos e fiz uns versos á minha santa esposa. – Continuou sem dar tempo a comentar os primeiros!. Ao fim destes ainda dissemos que devia deixar escrever ou gravar versos tão bonitos. Abanou a cabeça, em sentido negativo e continuou. Durante um quarto de hora, que mais pareceram dois minutos, e sem direito a comentários, o sr. Manuel não parou de versar!... - Até á próxima, meus amigos!. – Disse, e saiu da loja. Inesperadamente começou e inesperadamente terminou, sem esperar por um elogio ou comentário. Eram versos lindos!... Profundos!... Alguns, até arrepiavam!... Fiquei sem saber se eram espontâneos ou memorizados!... De qualquer das formas, estava perante um poeta do povo, simples e natural!... Um poeta anónimo!... – Quem diria!... Pensei eu. De facto, quem não o conhecer, não faz ideia da sua capacidade e sensibilidade. Acho que ele próprio não faz ideia da riqueza que contém!. É pena perdê-la. Seria bom imortalizá-la, tal como aconteceu com António Aleixo. Mas, é pouco provável!... Segundo a dona Guilhermina, ele não dá hipótese. – Não quero - afirma com determinação, quando confrontado. Porquê?. Não se sabe!... Foi um momento bom!... Único!... Que bom encontro tivemos!... Que momento de felicidade, aquele homem nos ofereceu!... Obrigado Sr. Manuel!...

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Segunda-feira, 15 de Setembro de 2008

As Vindimas

Anualmente, por esta altura, colhem-se as uvas. É a época das vindimas!. Por todo o país se labuta nesta tarefa. Devido ás particularidades do clima, o início e o fim não é coincidente em todas as regiões. Em qualquer dos casos nunca vão para além do mês de Setembro. Cada região, tem o seu costume e tradição. Há regiões, sobretudo no Norte, que a vindima é uma autêntica época festiva. Logo ao amanhecer os ranchos encaminham-se para as vinhas, em romaria, cantando alegremente. A colheita e o transporte das uvas em cestos, para os tractores, que substituíram os carros de bois de outrora, fazem-se, ao som dos cantares tradicionais da região. Á noite, o esmagamento das uvas, é festa de arromba. Os homens, em calções, perfilados no lagar, abraçados, formam um cordão uniforme, que em movimentos de marcar passo, vão lentamente esmagando as uvas. Também esta tarefa é efectuada ao som dos cantares tradicionais acompanhados de acordeão. Comer e beber não falta. Homens, mulheres, garotos, velhos e novos, todos participam.

As televisões, mostram este espectáculo, digno de se ver. É a alegria, simples, do povo. – É bom, bonito, alegre e interessante, mas é uma amostra em relação a antigamente – Dizem os mais idosos.

As outras regiões: Beiras, Litoral, Alentejo e outras, também têm os seus costumes. Mais brandos, menos espectaculares, mas também têm o seu encanto. Á semelhança do Norte, a colheita é feita por ranchos e o transporte por tractores. O esmagamento por máquina ou manualmente no sarin dão. Só faltam os cantares, como no Norte.

Actualmente até no Norte, o esmagamento, na maioria é feito mecanicamente. As cooperativas de produção de vinho, são as principais responsáveis.

Seja de que modo for, o objectivo é o mesmo. Colher, esmagar as uvas e fabricar o vinho. O importante é que cada região, á sua maneira, mantenha a tradição e continue a realçar o acontecimento. Que em todo o país, por longos e longos anos, a época das vindimas não passe desapercebida.

 

Jcm-pq

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