Sábado, 26 de Junho de 2010

O São João no Porto

O S. João, um dos mais popularizados Santos, é festejado no Porto com toda a pompa e circunstância, mantendo a tradição que já vem de séculos. Segundo Hélder Pacheco, pesquisador das memórias populares tripeiras, o cronista Fernão Lopes já mencionava o S. João nas crónicas de D. João I.

Os festejos, de cariz popular, são preparados de forma discreta ao longo do dia. O início, propriamente dito, dá-se a seguir ao, tradicional, jantar de sardinhas assadas acompanhadas por boas saladas e vinho tinto ou verde. Terminado o jantar, os grupos de amigos reúnem-se nos locais, previamente, programados para darem início ás rusgas. O circuito tradicional, obrigatório, das rusgas é bastante longo: Fontainhas, Rua Alexandre Herculano, Praça da Batalha, Rua de Santa Catarina, Rua Formosa, Rua Sá da Bandeira, Rua Passos Manuel, Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados. O percurso junta milhares de pessoas, munidas de martelinhos de plástico, que se movimentam agilmente, dando pancadinhas com o respectivo martelinho, nas cabeças daqueles com quem se cruzam. Antigamente, em vez dos martelinhos havia alhos porros e molhos de cidreira. Daí, o cheiro característico que se fazia sentir na cidade. Os bairros circunscritos na área das festas, organizam bailes que duram até altas horas da madrugada.

Nos dias de hoje, o S. João espalhou-se pela cidade e arredores. É festejado em discotecas, pubs e restaurantes. Tornou-se mais selectivo e cosmopolita. Perdeu um pouco a graça e a virtude de festa onde ricos e pobres conviviam uma noite de inteira fraternidade. As pancadinhas eram e são dadas indiscriminadamente sem olhar a status sociais e ninguém se zanga ou melindra. No entanto muita da tradição ainda se mantém: Os manjericos, as tendas das fogaças, as farturas, as barracas da sardinha assada; o lançamento de balões ao longo da noite e o fogo de artificio á meia noite.

A descrição fica muito aquém da realidade. Só ao vivo se pode apreciar tal beleza. É um festa sem igual no país. Quem puder deve assistir, nem que seja só uma vez, e garanto que não se vai arrepender!... Viva o São João.

 

 

Nota: Pesquisa diversa não identificada.

 

Jcm-pq

publicado por jcm-pq às 17:34
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Terça-feira, 15 de Junho de 2010

As Noivas de Santo António

 

A fama, casamenteira, de Santo António já vem de longe. O facto ou os factos que originaram esta fama, acho que ninguém sabe. Contam-se muitas histórias e contos de como começou, mas não há certezas!...

Um conto que conheço, relativo á fama, até tem alguma piada!.. O gesto que podia ter provocado um acidente, deu em casamento!... Foi assim: Uma bonita jovem donzela, com idade casadoira, esperava há muito que um noivo a procurasse. Esperou!.. Esperou!... e nada. Já farta de tanto esperar, arranjou uma estatua de Santo António, o padroeiro da sua terra. Num canto do quarto, fez um altar onde expôs, num pequeno pedestal, o Santo. Acendeu uma lamparina, de azeite, que procurou manter acesa dia e noite. Todos dias, ao deitar, ajoelhava frente ao santo e orava para que lhe arranjasse um namorado!... Se não houver um mancebo novo, contento-me com um velhote, desde que não ande de muletas!... Rogava na sua oração!... Repetiu o ritual durante semanas, meses, anos … e nada aconteceu!.

Certa manhã, em vez de orar, lamentou a ingratidão do Santo. – Tanto azeite gasto!... Tanta oração!... Deves estar surdo!... Eu, que nem sou esquisita, não mereço que não me ouças!... – Desvairada, pegou no Santo e atirou-o pela janela, no momento em que sua mãe entrava no quarto, atraída pelas lamentações!... – Blasfemaste e cometeste um ultraje. Valha-te Santo António, filha!... – Repreendeu a mãe, benzendo-se.

Passava na rua, um jovem cavaleiro, bonito e alegre, que levou com a imagem do Santo na cabeça!... Se não fosse o capacete, teria sido derrubado do cavalo, provavelmente, com um valente “galo”. Com cortesia, desmontou, pegou na estátua, que por milagre ficou intacta, e subiu as escadas exteriores da casa para devolver a imagem. Quem abriu a porta, por notável coincidência, foi a donzela. Perante a beleza da rapariga, o jovem cavaleiro apaixonou-se e passado pouco tempo casaram. … Milagre de Santo António!...

Os jogos também fazem parte da fama .

Em tempos idos, por brincadeira, as raparigas em idade de casar e sem noivo, faziam dois jogos com Santo António. Ambos na véspera do dia do Santo:

Um consistia em encher um alguidar com água e meter dentro, enrolados, como sendo rifas, papelinhos com os nomes daqueles com quem gostariam de casar. Á noite colocavam o alguidar debaixo da cama. No dia seguinte o papel que estivesse mais desenrolado, revelava o nome daquele que iria ter como marido.

O outro, faziam três bolinhas de massa de pão, e introduziam numa delas um grão de pimenta. Uma bolinha punham debaixo do travesseiro; outra atrás da porta e a outra atiravam pela janela fora. No dia seguinte, viam onde estava a bolinha com o grão de pimenta. Se estivesse: debaixo do travesseiro, o casamento seria breve; detrás da porta, casariam tarde; se foi para rua, nunca casariam!...

Durante muito e muito tempo, os noivados de Santo António não passavam destes jogos ou preces para as mais crentes.

Entretanto as coisas mudaram. A comunicação social e o marketing, meteram-se no assunto e aproveitando a fama do Santo, deram-lhe uma notoriedade diferente.

Todos sabemos que o mês de Junho é o mês dos Santos Populares. Santo António, S. João e S. Pedro são os mais popularizados. Os festejos fazem-se por todo o lado. A magia do acontecimento, o cheiro a manjerico e alfazema, o fumo das fogueira e o cheiro a rosmaninho são a imagem de marca. O nosso país mantém a tradição!... e ainda bem!... espero que não morra!...

Por volta dos anos 50, o Diário Popular e os comerciantes Lisboetas, tomaram a iniciativa de patrocinar casamentos de casais com dificuldades económicas, que presenteavam com enxoval e equipamentos domésticos. O padrinho, comum a todos os casais, era Santo António e o dia escolhido para a cerimónia foi o dia do Santo. O 13 de Junho. E assim nasceram as Noivas de Santo António tal como as conhecemos hoje.

A acção teve tanta aceitação popular, que a Câmara Municipal de Lisboa, desde logo apoiou o projecto. A projecção foi tal, que o acontecimento se tornou incontornável e passou a fazer parte das festas populares da cidade.

A tradição foi interrompida em 1974. Mas, em 1997, unilateralmente, a Câmara recomeçou a patrocinar o projecto, integrando-o no programa das festas.

Nota: Pesquisa diversa não identificada.

Jcm-pq

publicado por jcm-pq às 12:53
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Segunda-feira, 6 de Julho de 2009

Privilégio

Li em algum sítio que mais de 50% dos Portugueses, jogam no totoloto, no euro milhões, no totobola ou nas lotarias, procurando dinheiro, fortuna ou riqueza que lhes proporcione bem-estar económico e social.
Em entrevistas, há quem afirme, categoricamente, que joga para enriquecer.
Só que, os jogos de sorte são incertos, e a tão ambicionada riqueza pode nunca chegar, frustrando estes jogadores.
Esquecem-se, no entanto, de valorizar outras riquezas que possuem sem dar por isso.
- Ter saúde, trabalho e uma família, não é uma riqueza? - Viver num país onde os conflitos sociais e catástrofes não atingem, ou não têm atingido, as dimensões das que acontecem noutras partes do mundo, não será um bem - Estar vivo, não será a melhor e maior riqueza?
Penso que só lhes dão valor, as pessoas que as não têm. As que as têm, não dão por elas, ou não ligam.
Mas há mais.
E ter amigos? Não será outra riqueza?
Além de ser uma riqueza, e grande, é um privilégio, sem igual, que está ao alcance de todos.
Falar com os amigos, visitá-los, convidá-los para um almoço ou um passeio, são maneiras nobres e gratificantes de se tornar rico. Apostar nos jogos de sorte, é incerto, mas apostar nas amizades é certo, seguro, rentável e custa tão pouco. Basta querer. Basta ser amigo.
Que tem amigos é rico. É privilegiado.

Jcm-pq
 

publicado por jcm-pq às 21:16
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Sábado, 27 de Junho de 2009

Amizade

A maneira mais fácil de ter amigos é ser amigo. È uma verdade, que tem tanto de incontestável como de dificuldade em validar. É fácil dizer que somos amigos, que temos amigos, que fazemos tudo pelos amigos e que é bom ter amigos!... Difícil é ser-se amigo. Podemos até pensar que somos amigos de alguém e na verdade não sermos tanto quanto julgamos.
A amizade valida-se pelo que se sente e não pelo que se diz ou, em algumas situações, faz. A validação cabe a cada um fazê-la. Só nós sabemos o que sentimos pelos outros. A sinceridade é a base. O convívio é o meio, mais eficaz, de verificarmos a sinceridade daqueles que dizem ser nossos amigos. Não é preciso dizer “sou amigo”. A amizade sente-se nos dois sentidos.
Há muitos indicadores que permitem validar a amizade sentida e que, certamente, diferem de indivíduo para indivíduo, consoante a sua personalidade, formação, maneira de ser, etc… Cada um é que sabe ou escolhe o seu indicador chave.
Os meus indicadores chave são o contentamento e a tristeza. Se a algo de bom ou mau que acontece a um amigo lhe associar os respectivos indicadores, sinto que sou amigo, se ficar indiferente, acho que não.
Esta semana a minha amiga AC, abriu o seu escritório de Advogada. É o princípio da sua actividade profissional. Sinceramente fiquei contente. Fiz as minhas preces, com toda a fé que me é possível, no sentido de tudo lhe correr tal como ela deseja. Enviei-lhe um mail de encorajamento, que passo transcrever:
“Na próxima Quarta Feira, dia 1 de Julho, sem eufemérides a recordar, que eu conheça, até parece um dia normal!. Parece! Mas não é. Para mim, é um dia, em que uma amiga, muito querida, ganha mais uma etapa dum plano (plano B) na organização da sua vida, o que acho óptimo. Para ti, a vencedora dessa etapa, é o dia de abertura do teu escritório, do teu espaço, e marca o início de outra etapa, muito importante, a percorrer no futuro, exercer Advocacia por conta própria, que espero seja suspensa num curto/médio prazo, quando fizeres o CEJ.
Portanto é um dia a recordar para sempre.
Admiro a tua coragem e determinação. A tua motivação supera todos os obstáculos; és uma pessoa, que não apregoa o que vai fazer! Faz mesmo!. Isto é uma característica de pessoas com cariz profissional, que sabem o que querem; de pessoas lutadoras e vencedoras; de pessoas de ideias fixas; de pessoas que lutam pela realização dos seus sonhos. É uma característica que aprecio com agrado.
Que inicies em boa hora; que os resultados, sejam tão grandes quanto a tua vontade e dedicação; que obtenhas o sucesso desejado. Desejo-to do coração. Com a ajuda de Deus vais conseguir. Tu mereces.
Estou feliz e contente, por ti!.”
Fi-lo com toda a sinceridade. O que disse é sentido. Sou amigo dela. Disso tenho a certeza.
Espero que todos aqueles que ela considera como amigos, o sejam. Se não forem, muito rapidamente ela se vai aperceber. Porque nestas alturas aparecem normalmente indicadores de inveja, cinismo e gozo. Nestas alturas e com estes acontecimentos, os amigos mostram-se e sentem-se.


Jcm-pq
 

publicado por jcm-pq às 16:27
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