Quinta-feira, 10 de Março de 2011

Preocupação

Por natureza, sou uma pessoa, constantemente, preocupada. É doentia, esta preocupação constante! Preocupo-me com tudo. Até, com o que não sei! Preocupo-me saber que não sei! Será isto normal? A preocupação com algo real e significativo é louvável, salutar e indicador de responsabilidade; mas com o resto, é perda de tempo! É, parvoíce, para ser mais correcto. E, se calhar, parvo é o que realmente sou, sem saber! Ou admiti-lo! Se calhar não me preocupo com o que devia. Saber porque é que ando preocupado, devia ser a minha preocupação numero um, e não é. Sinceramente, tenho dias, que se me perguntassem, o motivo da minha preocupação, não saberia responder!!! Acho que já alguém endoideceu por menos. Espero, que comigo isso não aconteça. Aceitar que sou assim, ainda denota alguma sanidade mental. Portanto ainda não estou em zona de perigo!.

Bem! Mas se calhar a culpa não é minha! Ou pelo menos não sou o único responsável! O que leio, o que ouço e o que vejo são o móbil.

Começo pela Televisão. Os noticiários na ânsia de captarem a atenção dos espectadores, disparam noticias alarmantes, sabendo de antemão o impacto que causam. As telenovelas e programas de entretenimento, na sua maioria, têm um forte objectivo comercial, em vez de educativo ou informativo. Salvam-se algumas reportagens e documentários! E cá estou eu preocupado, que pelo facto de serem tão poucos, qualquer dia são eliminados, por não ser rentável produzi-los.

Passo para os jornais e revistas. Diários e semanais há que chegue. Informação em quantidade não falta, mas em qualidade, do meu ponto de vista, não é bem assim! Há revistas que pelo seu conteúdo coscuvilheiro, erótico, pornográfico ou sensacionalista, aparentemente, deviam ter pouca procura. É exactamente o contrário, são as que mais vendem! E, cá estou eu preocupado, não com as revistas, mas com as pessoas – que nem conheço – que as procuram. – Pergunto: Que sociedade querem estas pessoas? Em que mundo vivem?. O jornal “Correio da Manhã” não faz parte dos meus hábitos de leitura. Há dias no barbeiro, enquanto esperava a minha vez, li em diagonal! Surpreendente!. Quatro páginas eram só criminalidade. Pensei que fosse casualidade!. No dia seguinte, devido a um livro que saiu com a sua publicação, comprei-o. Surprise!... Mais quatro páginas alusivas ao mesmo. Os títulos impressionam: “oito militares na lista de suspeitos”, “burlona em pânico”, “falso veterinário afinal era caloiro da faculdade”, “caso dos médicos burlados”, “falsos clientes ameaçam e roubam taxista”, “mulher amarrada, agredida e sequestrada em casa”, “apreendidos 65 quilos de alucinógenicos”, “dono de café esfaqueado oito vezes por assaltante”, “Portugal nas principais rotas da cocaína”, “ladrões chocam de moto com a GNR”, “gang de leste usa crianças para furto no multibanco” . Fiquei com os cabelos em pé!... E, já na falo nas cinco páginas do denominado “Convívio”!... Acredito que tudo isto é noticiado com verdade. E, então aqui as preocupações já têm fundamento!. Não consigo ficar indiferente perante a existência de violência, mentira, burla, etc…

São assim as minhas preocupações e as suas causas!. Até parece que o mundo está a ficar do avesso! Não é necessário mudar a vida de pernas para o ar, como canta Ricardo Azevedo, porque o mundo já está!

Assim termino!.... Sou um preocupado inveterado!. Crónico, para ser mais preciso!... Dificilmente encontrarei cura!....

 

Jcm-pq

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Domingo, 5 de Dezembro de 2010

As Novelas

As novelas tal qual as conhecemos são o fruto do desenvolvimento tecnológico na área da comunicação.

Iniciaram com o aparecimento da rádio. As novelas radiofónicas.  Não sei qual foi a primeira transmitida em Portugal. Lembro-me da “Maria”, transmitida aí pelo fim dos anos cinquenta, princípio dos sessenta. Foi extensa e teve  êxito. Era dramática. A entoação dada pelos autores era tão convincente, que os ouvintes, sobretudo as mulheres, choravam. Os maus eram rebaptizados com nomes pouco próprios!... Algumas reviam-se na trama e até prognosticavam o final. Não me lembro de outra, nem antes nem depois, mas admito que tenha havido mais.

Na época de ouro da rádio, romances famosos de bons escritores foram adaptados e transmitidos, abrangendo, por esta via, um universo maior da população. Estavam disponíveis em livro, mas, lembro que até meados do século XX, a maior parte das pessoas era analfabeta. Foi um grande salto na divulgação de cultura, costumes e informação, até então, só privilégio de alguns. Mesmo assim, ainda ficou muita gente de fora, devido á escassez de rádios. Na altura, um rádio era um objecto de luxo.

A televisão, logo que apareceu, revolucionou e desenvolveu esta actividade em grande escala. Concorreu e fez bastante mossa no cinema clássico. Não necessitava do aparato das produções cinematográficas e podia ser vista na comodidade do lar. As estações criaram os seus próprios estúdios e contratavam os actores pontualmente para as produções que se propunha realizar.

Penso que os pioneiros foram os Americanos. A série “Bonanza” nos anos cinquenta / sessenta foi um êxito espectacular. Outras que se seguiram não ficaram atrás.: Dallas, Sérpico, Missão Impossível são exemplos. Algumas até já foram ou estão a ser repetidas. O Chaparral – actualmente – foi transmitido aos Sábados pela RTP Memórias.  Mesmo em repetição, sabe bem ver, o que indica a sua qualidade.

Eram boas, mas tinham um senão!... Eram legendadas. Tendo em conta a taxa de analfabetismo da época …concluímos que a maior parte se ficava pelas imagens, sem perceber a história.

O Brasil, encarregou-se de resolver o problema. Muito cedo começou a produzir as suas próprias novelas. Tanto quanto sei a, extinta, TV Tupi, baseada no livro de Jorge Amado, produziu em 1960 a novela “Gabriela Cravo e Canela” que teve, no Brasil, um êxito estrondoso. O êxito foi tão grande que em 1975, a TV Globo, resolveu produzir uma nova adaptação. O êxito ainda foi maior!. No nosso país, até á revolução de Abril, não passou nenhuma novela Brasileira. Penso, sem certeza, que tal facto se deve á situação política que, então, se vivia!... A Televisão totalmente controlada pelo estado e a censura, são, indicadores, mais que evidentes!...

Como não podia deixar de ser, as novelas Brasileiras eram faladas em Português!. Isto para o nosso país era ouro sobre azul. Ver as imagens, perceber e entender a história era magnífico!... Tendo consciência disso, os responsáveis pela programação da RTP, em 1977, compraram, á TV Globo, os direitos de transmissão do novela “Gabriela Cravo e Canela”. Foi a primeira novela a ser transmitida na nossa Televisão em língua portuguesa. A estreia foi em 16 de Maio de 1977. O êxito foi enorme. Revolucionou os nossos gostos, hábitos e sobretudo atitudes. Á hora da novela, transmitida em horário nobre, o país parava para ver. Correu o boato que um Conselho de Ministros terá sido interrompido durante o último episódio, para assistirem ao desfecho!.. Por todo o lado se ouviam frases e termos brasileiros!.. Durou sete meses, com transmissão de cinco episódios por semana.

A partir daqui, outras lhe sucederam, com êxitos idênticos: Casarão, Roque Santeiro, Rainha da Sucata e Escrava Isaura, esta em segunda adaptação – Foram algumas!... A larga experiência, quer de produtores quer de actores, garantia a qualidade das produções e consequentemente o êxito.

Penso que o êxito brasileiro alcançado, contagiou os portugueses, que em pouco tempo lhe seguiram o exemplo. O humorista Herman José, deu os primeiros passos, com os seus sketch´s episódicos. A primeira grande produção a sério, foi levada a cabo pela RTP, com a novela “Vila Faia”. A história era interessante e o elenco de actores era do melhor que tínhamos. Não tinham experiência de Televisão mas eram autoridades em teatro e revista. Adaptaram-se perfeitamente. Não me lembro qual a novela brasileira em exibição, na altura, mas, fosse qual fosse não prejudicou a portuguesa. O êxito foi acima do esperado. Para início a RTP e todos quanto colaboraram, estavam de parabéns. E, na verdade, com adaptações de grandes obras ou guiões próprios,  nunca mais pararam: Origens, Maria do Mar, Ilha dos Amores, a Ferreirinha – são exemplos. Sem esquecer o recentíssimo galardão à “Meu Amor”. A abertura dos canais privados, SIC e TVI, contribuíram em grande para o seu desenvolvimento. Cada estação tem, actualmente, os seus próprios produtores e actores exclusivos.

Hoje, verificamos que uma boa parte da programação dos três canais a operar, é dedicada ás novelas. Por vezes, em horário nobre, são transmitidas duas. Normalmente uma portuguesa e outra brasileira. Em qualquer delas a audiência é elevada; o que não me surpreende, uma vez que o enredo foca casos que mais parecem reais.

No entanto, como em tudo, há quem as critique negativamente. Classificam-nas de anti culturais e acham que são em demasia. Dizem que não vêm!.,.,, Que não vêm “foleiradas”!... Mas, alguns destes “pseudo críticos”, em conversa corrente, utilizam termos que não enganam!... Conclui-se, que afinal vêm!...

As novelas são um fenómeno que dignifica realçar. Além de projectar cultura e informação, entram na esfera económica, ao criar postos de trabalho. Com o teatro e revista em decadência ou com pouca procura, os actores disponíveis e candidatos, podem assim desenvolver e aceder, mais facilmente, á actividade. Mais, promovem o consumo nacional e permitem a comparação dos nossos actores com os estrangeiros, que em nada lhes ficam atrás. No fundo, as novelas são um exemplo de progresso, fruto do progresso!...

publicado por jcm-pq às 10:02
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Domingo, 13 de Junho de 2010

Sou "vicio" dependente!...

 

- Sou “vicio”dependente!. … É verdade!. – Reafirmei, perante o sorriso enigmático e trocista da Clara, do Ricardo, da Ana, da Cláudia, do Nóbrega, do Carlos ……… e dos outros, amigos, que não estão presentes, mas que reagiram do mesmo modo, perante a minha confissão!...

- Não acreditam?. Mas, podem acreditar que é verdade!. Sou “vicio”dependente!... Não sou maluco!... Sou “vicio”dependente assumido!...

Ah!... mesmo assim continuam a rir?... Então vejam se tenho ou não tenho razão!:

No Domingo passado, pelo fim da tarde, comecei a sentir-me, um pouco indisposto. Sentia-me enfartado e com dores musculares nas pernas e nos braços. No inicio da noite, a dona diarreia fez o chek in e instalou-se por quatro dias. A Segunda Feira foi terrível. Não saí da cama com febre. Provavelmente graças à dieta auto-imposta, na Quarta Feira já estava melhor. É verdade!. Foram dois dias a papinha de farinha de trigo, torradinhas e cházinho. Café e álcool, nem cheirá-lo!.

Na Quinta Feira, já com outro alento, aliviei um pouco a dieta. À cautela continuei sem café e álcool. Já sem diarreia e com algum apetite, parecia que a recuperação ia ser fácil e rápida!. Mas, não foi. Instalou-se uma dor de cabeça como ainda não tinha sentido até então!. Antes, as raras que apareciam, curava-as com um copo de água. Esta, acalmava um pouco com recurso à aspirina, mas logo que passava o efeito, voltava em força. Passei duas noites quase em branco. Os dias vá que não vá, mas também foram difíceis!.

No Sábado de manhã, um pouco zonzo, após o pequeno almoço de papa de aveia e quase sem saber o que fazia, tomei um café!. Ao fim arrependi-me!. Mas, já estava!.

Milagre!... Sem mais nem menos ao fim de um quarto de hora, a dor de cabeça começou a abrandar e desapareceu ao fim de meia hora. Nem parecia o mesmo Zé!. Ao almoço já bebi vinho (um copo) e terminei com outro café!. Fiquei bem!. Bem disposto e sem dores!. Até parece que me passou uma esponja, encharcada de detergente, na cabeça e limpou tudo!...

Conclusão: As dores de cabeça eram provocadas pela falta de café (cafeína) e, talvez, do álcool!.

Sabemos que ao álcool e à cafeína são atribuídas propriedades estimulantes e antinevrálgicas e bebidos com regularidade criam dependência. Assim sendo, eu já estou dependente!....

- Então? E agora já acreditam?. Como vêm é verdade!. Sou “vicio”dependente assumido!... Assumidíssimo e Inveterado!...

ABENÇOADA BICA!...


 

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Terça-feira, 2 de Dezembro de 2008

Pára-quedismo

Sou um entusiasta do pára-quedismo. Tudo quanto se relaciona com este tema, desperta-me o interesse. Não tivesse, eu, sido pára-quedista militar! É verdade! O bichinho ficou cá dentro.

Um dia destes, estava com um amigo, prostrado, em frente á Televisão, para assistirmos a um desafio de futebol. Antes do desafio começar, o programa de recepção no estádio, contemplava saltos em pára-quedas. Saltos de queda livre. Enquanto assistia, perguntei ao meu amigo. – Sabes que idade tem o pára-quedismo? – Não sei. Palpita-me que a mesma que a aviação. – Respondeu. – Estás enganado, é bem mais recente. Tal como o conhecemos, remonta ao final dos anos 30.

Bem! Não admira as pessoas não saberem. São curiosidades que só despertam interesse a alguém como eu, apreciador da modalidade.

Ver o pára-quedismo de hoje e compará-lo com o dos primórdios, a diferença é abissal. A modernização dos equipamentos (pára-quedas) e das próprias aeronaves, contribuíram para a sua evolução e desenvolvimento. O aparecimento dos denominados “desportos radicais” também foi uma ajuda, pelo menos, para diversificar a modalidade.

No inicio, os pára-quedas eram enormes. Só a calote, de tecido de seda, tinha a dimensão de quarenta metros quadrados. Insuflado e vista no ar, não parecia. Não eram fáceis de manobrar. Deslizavam ao sabor do vento. Para facilitar a aterragem, o pára-quedista puxava os cordões do lado do vento, por forma a criar uma aba na calote, que funcionava como corta vento. Isto permitia mais suavidade nas aterragens. Um marco importante na evolução do pára-quedismo, foi o aparecimento da queda livre. Nos saltos em queda livre, o pára-quedista é que tem de accionar o mecanismo de abertura, quando achar oportuno e seguro. Normalmente, é entre os quatrocentos e os oitocentos metros, independentemente da altura da saído do avião. Os saltos automáticos, são efectuados entre os quatrocentos e os seiscentos metros ,e, o mecanismo de abertura é accionado por uma tira extractora que fica presa na aeronave. Quando o pára-quedas está completamento fora do saco e totalmente esticado, rebenta, por tracção, o fio que liga o pára-quedas á tira extractora, e o pára-quedas, abre.

Os pára-quedas de queda livre eram bastante diferentes dos outros. Tinham fendas, ligadas a cordões, que o pára-quedista manobrava para contrariar o vento. Esta potencialidade permitia obter bons resultados em saltos de precisão.

Hoje em dia, tanto os pára-quedas como os saltos, não têm muito a ver com os de antigamente.

Os pára-quedas, de queda livre, de hoje (parapentas), são autênticas asas que conseguem voar contra o vento. Por isto, consegue-se maior precisão nos saltos e aterragens sempre em pé. São facilmente manobráveis e o mecanismo de abertura foi melhorado, tornando-se mais seguro. Foi-lhe associado um computador, que provoca a abertura á altura predeterminada, se o pára-quedista não o fizer antes.

Tenho de referir o “win surf”. Há vinte anos atrás, se alguém falasse nisto, chamavam-lhe doido e se o tentasse fazer, passava de doido a maluco varrido. Não sei quando é que o primeiro aventureiro o fez. Mas, voar em cima de uma prancha deve ser uma das maravilhas do mundo. Temos assistido a belas imagens, quando os festivais são transmitidos por televisão.

Não posso esquecer a possibilidade que foi dada a toda a gente. Qualquer pessoa, deficiente ou não e dos oito aos oitenta anos, pode saltar em pára-quedas. Pendura de pára-quedista experiente, é certo, mas não deixa de ser um salto em pára-quedas. A sensação e emoção é igual. O testemunho de quem já o fez, é positivo.

Desta breve descrição, vejo o quanto o pára-quedismo evoluiu. Já no meu tempo considerava uma grande evolução em relação ao inicio. Mas, desde aqui até agora, embora o período de tempo, seja sensivelmente o mesmo, a evolução é enorme.

Com certeza que não vai parar. Como será daqui a trinta anos!!!?. Veremos

 

Jcm-pq

publicado por jcm-pq às 15:22
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Quarta-feira, 1 de Outubro de 2008

Coisas da Vida!...

ZC e EV são um casal, que, orgulhosamente, fazem parte do meu circulo de grandes amigos. Conhecemo-nos há bastante tempo. Têm dois filhos: O LU e a IN. São uma família feliz e unida!... E, eu sou um privilegiado por os ter, a todos, como amigos!...

O LU, com trinta e dois anos, é casado e tem uma filha com dois anos. Profissionalmente, seguiu a carreira militar. É Capitão no Exército. Vive bem.

IN, tem vinte e nove anos e é uma miúda simpática e alegre. Em casa é do melhor que há. Sabe fazer tudo: Limpar, arrumar e cozinhar são tarefas que desempenha com gosto. Para petiscos, tem dedo!. E eu que o diga!. – Olha o meu colesterol!. – Digo eu. – Os meus petiscos curam qualquer tipo de colesterol!. – Diz ela com um sorriso aberto e cativante. É o orgulho dos pais!. – Damos graças a Deus pela filha que nos deu!. Repetem vezes sem conta. O LU também é uma jóia de rapaz, mas a IN é excepcional!. – Felizmente que ele não tem ciúmes – Diz a mãe. Quanto a beleza, é uma rapariga normalíssima!. - Não sirvo para modelo, mas também não parto espelhos – Diz ela com graça. Diz, ainda, que não tem físico de partir corações!... Pois!. Mas eu sei que um ingrato, amachucou bem o dela.

De facto, embora, desde Há dois anos para cá, tenha recuperado a alegria e felicidade, os quatro anos anteriores, foram negros!. Digo isto pelo que me foi permitido acompanhar e pelo que os pais me contaram.

Dentro da linha e espírito que me leva a escrever textos, vou tentar descrever, tal qual conheço a saga de quatro anos da vida de IN!. Ela sabe e diz que está ansiosa por ler!.

 

Então cá vai:

 

Com dezoito anos oficializou um namoro que na, realidade, já durava à cerca de um ano. Não era segredo para ninguém e muito menos para os pais. Uma das grandes qualidades de IN, é que nunca escondeu nada deles. Por opção, preferiu manter a relação como de amizade enquanto não atingiu a maior idade. – Só direi que namoro, quando puder votar. – Dizia a sorrir.

JO – o namorado – era um rapaz, alto, bem parecido e educado!. Era conversador e tinha ideias próprias bem formadas. Era agradável falar com ele!. Conversamos muito sobre assuntos militares. E, quando o LU estava presente, então a conversa prolongava-se!. Ninguém mais tinha licença para falar!. As mulheres fugiam do pé de nós!. Não fez tropa, mas interessava-se pelo assunto!. Porquê nunca soube. Eu dava corda, porque gostava de falar daquilo e o LU como militar profissional, obviamente participava activamente. Outros assuntos relacionados com uma diversidade de temas, nomeadamente: sociedade, mundo, convulsões politicas, economia, etc…, eram uma constante, nas muitas vezes que nos encontramos na casa dos meus amigos. Todos gostávamos dele!. – A IN merece!. – Comentávamos com alguma frequência!.

O namoro, durante cinco anos, foi normalíssimo. Desenrolou-se dentro dos parâmetros da época. Com algumas restrições – poucas – no inicio, mas depois foi à vontade. Saiam quando queriam, iam para onde lhes apetecia, faziam longos passeios pela Europa, gozavam férias sós ou acompanhados. Enfim, fizeram tudo o que os jovens da idade deles fazia. IN, entregou-se de alma e coração!.

Com vinte e um anos, IN terminou o Curso de Contabilista e inscreveu-se como Técnica de Contas. Com, relativa, facilidade conseguiu trabalho num Gabinete de Contabilidade. Entretanto, JO continuou os estudos em Psicologia Clínica. O casamento estava previsto para quando este terminasse.

Tudo estava a decorrer como o previsto. JO estava a finalizar com boa média e IN já se imaginava vestida de noiva. Andava radiante!... Mas, contra ao que toda a gente esperava, inclusive eu, as previsões não se concretizaram. O namoro de IN estoirou!... Foi um golpe rude para todos!... Obviamente, quem mais sofreu, foi ela!... Mas os pais também tiveram a sua dose!... A mim também me custou bastante!...

Na viagem de finalistas a Cuba, JO envolveu-se com uma colega. Já durante o curso esta o atazanava, mas JO resistiu às investidas. Longe de IN não teve força!. Pensou que depois de uma aventura ela o deixasse em paz!. Enganou-se!. Ainda ficou pior!. Telefonemas e SMS´s eram uma constante. Pior era quando lhe aparecia de surpresa em locais inesperados e a horas pouco convenientes!. Dava-se ao desplante de arranjar programas e lhos apresentar como facto consumado. Para levar a sua avante, chantageava!.. Estupidamente, JO deixou-se levar!. E, tantas vezes o cântaro foi à fonte até que …… a colega engravidou!. Aqui foi o fim!...

As desculpas que dava a IN, para as escapadelas, eram convincentes. A tónica era sempre profissional: Entrevistas e seminários eram o forte!... Ainda houve quem tentasse alertar IN, mas esta tinha tanta confiança nele que não ligou. Achou que era uma mistura de inveja e brincadeira de mau gosto!. Não quis acreditar!.

Quando JO lhe disse e tentou justificar o que não tinha justificação, IN passou-se!. Quando entendeu a situação, nem quis ouvir mais!.... Atirou-se a ele.

- Não sabemos onde é que ela arranjou tanta força. Ele ficou bem aviado!. As marcas na cara e no pescoço eram bem demonstrativas. Ele nem reagiu, limitou-se a fugir assim que conseguiu libertar-se dela!. Grande coça que ela lhe deu!...

- Contaram-me os pais.

Como era de esperar, IN entrou em estado de choque!. Fechou-se no quarto!... Chorou!... Desprendeu-se de tudo e de todos!... Não queria falar com ninguém!... Enfim, entrou num estado depressivo tão grande que esteve cerca de seis meses de baixa!... No primeiro mês só a mãe falou com ela!...

Quando os visitava e sabendo que ela gostava de falar comigo, os pais avisavam-na da minha presença. No princípio ignorava. Só passado algum tempo é que começou a aparecer!... Eu, numa tentativa de ajudar, lá lhe ia dizendo frases feitas, já por demais conhecidas e a cair de caruncho!... A maior parte das vezes olhava, sorria e nem respondia!... Consegui algum dialogo, quando sentiu que o que lhe dizia era realmente o que eu sentia!. O que era dito do coração!... Mesmo sem me dizer eu percebia quando discordava!. Eu tentava por outro lado!... Até lhe sugeri consultar um psicólogo. Negou com aceno de cabeça!. Não foi fácil lidar com a situação mas não desisti!... Ainda me recordo de uma resposta num desses diálogos.

– Como se sentiria se tivesse a sensação de que lhe roubaram todo o sentimento!... Até há pouco tempo eu só odiava!... Odiava as pessoas, as coisas, a minha vida!... Odiava tudo!... Odiava-me a mim própria!...

- Chocou-me!... Nem retorqui.

A pouco e pouco o estado critico foi passando!... Um dia, reportando-se ao inicio da situação, pediu desculpa ao pai ao irmão e à cunhada pelas atitudes que tomou!... Fez o mesmo em relação a mim!. – Não necessitavas fazê-lo. O que é preciso é que saias dessa “fossa” e tu tens força para isso!... – Respondi-lhe – Sim. Eu sei. Já arranjei e comecei um tratamento que vai resultar, vai ver!. - Respondeu, com o indicador direito colado à têmpora. – Ah! Sim!.. E posso saber que tipo de tratamento é? – É muito simples! Meditar nesta frase “Existem sempre um ou vários caminhos certos, mas às vezes necessitamos de nos separar um pouco da berma e alçar a vista para poder vê-los”. Hei-de encontrar o meu!. Li-a num livro que estou a ler “A Inutilidade do Sofrimento”!. - Esclareceu IN!. - Deus te oiça, rapariga!. – Disse eu!... Os pais encolheram os ombros!...

A recuperação foi lenta. Passados dois anos ou mais era frequente, nos convívios que fazíamos, passar do estado, mais ou menos alegre, para um estado melancólico!... Às vezes lá vinham umas lágrimas!... Levantava-se, ia à casa de banho e voltava!... Mas, naquele dia já não era a mesma!... Ela sofria!... Sofria muito!... Escondia o máximo que podia!... Mas, por vezes não conseguia!...

A mãe, ainda a incitou a sair e procurar o convívio de colegas. – O convívio faz-te bem!. Lá por ter acontecido o que aconteceu não quer dizer que seja sempre assim!.. Os homens não são todos iguais!... Esconderes-te em casa é o pior que podes fazer ……! – Só de ouvir isso fico arrepiada!. – Respondeu IN, desencorajando a mãe a continuar.

Não me recordo que alguma vez se tenha falado do JO, que entretanto, como era de esperar, casou. Casamento que durou pouco. Ao fim de três anos e com um rapaz, divorciou-se. Ninguém disse nada a IN porque em dada altura deixou bem claro que não queria falar ou ouvir falar em tal pessoa.

Mas, passado algum tempo do divorcio ter decorrido, JO tentou contactar IN: Primeiro pelo telemóvel. IN não conhecia o número. Quando se apercebeu de que era ele, desligou e nunca mais atendeu tal número; Ainda tentou com outro número e o resultado foi igual; Tentou no local de trabalho. IN não lhe deu troco, ignorou-o simplesmente!... Sabendo como ele era, IN suspeitou que a próxima tentativa fosse na residência. Pelo sim, pelo não, alertou os pais para essa possibilidade e dissuadi-os de correr com ele. Pelo contrário, disse-lhes para o mandarem entrar, que ela trataria dele a seguir. E de facto não se enganou. Não tardou muito o JO bateu-lhe à porta!. Cordialmente, os pais fizeram como ela disse. Chamaram-na e ficaram por perto. Ele queria falar em privado, mas ela não quis!... O dialogo não durou mais de dois minutos. IN disse-lhe tudo o que sentia e correu com ele. Remédio santo. JO saiu, cabisbaixo e não apareceu mais!. Nem IN nem os pais me contaram o que foi dito!... Mas imagino que deve ter sido muito dura!...

Há cerca de um ano, um colega do LU – o AM - aleijou-se num exercício físico e baixou ao Hospital Militar. Foi operado a um joelho e ficou três meses em convalescença. Era de Trás os Montes e não tinha familiares em Lisboa. Intencionalmente ou não, LU pediu à irmã que lhe fizesse uma visita e lhe desse alguma assistência. IN assim fez. Não lhe custou muito, até porque se lembrava dele das poucas visitas que fez ao quartel. Era simpático, alegre, educado e muito bem formado. Era de um humanismo de todo o tamanho. – Oh! IN não te incomodes comigo! Há coisas mais interessantes para fazer do que aturares este “chato”!. O teu irmão é que te meteu nisto!. Ele é que é o culpado!... – Repetia AM com frequência. IN não lhe dava ouvidos!. Começou com uma visita semanal, passou a duas e por fim todos dias. O que começou a fazer por dever cívico acabou por fazê-lo por gosto. Foi tão bom que quando AM teve alta, estavam noivos!.

Hoje estão de casamento marcado e IN é a mesma miúda alegre e extrovertida que era antes do incidente!...

Diz o povo, com alguma verdade, que o tempo cura todas as feridas!... Mas, em minha opinião, há certas feridas que só nós próprios é que as podemos curar!... No caso de IN, ela é que se curou a si própria!... Não necessitou de psicólogos ou afins!... A ajuda da família e dos amigos, onde me incluo, foi importante, mas é a ela própria que deve tudo!. O auto-tratamento, resultou!... Ainda bem!...

Força IN!. Grande mulher que tu és!..

 

Jcm-pq

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Terça-feira, 23 de Setembro de 2008

Os Idosos

Com alguma frequência tenho ouvido dos meus familiares idosos, manifestações de desgosto, desalento e desilusão com a vida. De maneiras diferentes, todos apontam no mesmo sentido - Que já não servem para nada, que ninguém lhes liga, mas que também não admira, porque nunca ninguém lhes deu valor ou apreciou. Ao princípio não ligava, até achava natural e que era próprio da idade.

Ultimamente tenho comentado isto com amigos e curiosamente dizem-me que os seus familiares dizem o mesmo. Sendo assim, parece-me um fenómeno generalizado, o que é preocupante.

Matutei no assunto e cheguei á conclusão que nós somos os culpados. Somos culpados porque não dialogamos com eles, e quando o fazemos, se não ouvimos o que queremos ou gostamos, acabamos por arrematar o diálogo com frases fatídicas, do tipo: “agora já não é assim”, “isso era no seu tempo”, “você sabe lá o que está a dizer” etc…, e desligamos. Uma atitude destas é, no mínimo, desumana.

É verdade que determinados assuntos da actualidade sejam do seu desconhecimento e consequentemente a sua opinião seja descabida ou disparatada. Mas eles querem falar, querem ser simpáticos, querem ser prestáveis, em suma, querem sentir-se úteis. De facto deve ser muito triste, sentirmo-nos passados e inúteis e pensar que a nossa vida foi banal e sem qualquer importância. Factos essenciais que levam o idoso, em desespero, a manifestar-se da maneira que o faz.

Em face disto, e se a minha teoria estiver certa, porque não mudarmos o sentido do diálogo, para algo que eles saibam discutir - chamar-lhes a atenção para o bom que foi eles terem existido, o quanto contribuíram para a felicidade dos que com eles conviveram, lembrar-lhes coisas boas do passado, lembrar-lhes algo de notável que tenham feito ou que lhes tenha acontecido - não conheço nenhum idoso que não goste de falar no seu passado.

No fundo é retribuir-lhes o amor e carinho, que nos deram, quando dele precisamos. E, quantas coisas mais poderíamos fazer por eles? Penso que muitas.

Se todos procedêssemos deste modo, aquelas angústias e desesperos com que deparamos, certamente, tenderiam a desaparecer.

Se nos transformarmos nos seus Anjos da Guarda, contribuiremos para que os seus últimos dias de vida, sejam passados com alguma felicidade e dignidade.

 

Jcm-pq

publicado por jcm-pq às 18:14
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Segunda-feira, 15 de Setembro de 2008

As Vindimas

Anualmente, por esta altura, colhem-se as uvas. É a época das vindimas!. Por todo o país se labuta nesta tarefa. Devido ás particularidades do clima, o início e o fim não é coincidente em todas as regiões. Em qualquer dos casos nunca vão para além do mês de Setembro. Cada região, tem o seu costume e tradição. Há regiões, sobretudo no Norte, que a vindima é uma autêntica época festiva. Logo ao amanhecer os ranchos encaminham-se para as vinhas, em romaria, cantando alegremente. A colheita e o transporte das uvas em cestos, para os tractores, que substituíram os carros de bois de outrora, fazem-se, ao som dos cantares tradicionais da região. Á noite, o esmagamento das uvas, é festa de arromba. Os homens, em calções, perfilados no lagar, abraçados, formam um cordão uniforme, que em movimentos de marcar passo, vão lentamente esmagando as uvas. Também esta tarefa é efectuada ao som dos cantares tradicionais acompanhados de acordeão. Comer e beber não falta. Homens, mulheres, garotos, velhos e novos, todos participam.

As televisões, mostram este espectáculo, digno de se ver. É a alegria, simples, do povo. – É bom, bonito, alegre e interessante, mas é uma amostra em relação a antigamente – Dizem os mais idosos.

As outras regiões: Beiras, Litoral, Alentejo e outras, também têm os seus costumes. Mais brandos, menos espectaculares, mas também têm o seu encanto. Á semelhança do Norte, a colheita é feita por ranchos e o transporte por tractores. O esmagamento por máquina ou manualmente no sarin dão. Só faltam os cantares, como no Norte.

Actualmente até no Norte, o esmagamento, na maioria é feito mecanicamente. As cooperativas de produção de vinho, são as principais responsáveis.

Seja de que modo for, o objectivo é o mesmo. Colher, esmagar as uvas e fabricar o vinho. O importante é que cada região, á sua maneira, mantenha a tradição e continue a realçar o acontecimento. Que em todo o país, por longos e longos anos, a época das vindimas não passe desapercebida.

 

Jcm-pq

publicado por jcm-pq às 12:19
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Terça-feira, 2 de Setembro de 2008

COMPREENSÃO

Cada vez mais, sentimos intolerância, agressividade e frieza no relacionamento social. Acho que reina uma incompreensão generalizada.

Penso que isto acontece por não medirmos ou analisarmos o nosso comportamento. O que escolhemos como bom no momento, pode ter efeitos ou resultados negativos retardados. Quando praticamos uma acção ou acto, tomamos uma decisão ou opção, não consultamos a nossa consciência, para os, eventuais, sentimentos provocados, quer em nós quer nos outros. Enquanto que para nós pode ser um sentimento puro de amizade, cordialidade, solidariedade ou de amor, outrem, a quem é dirigido, pode sentir como que uma imposição da nossa presença, abuso de confiança ou, porque não, causador de mal estar.

Não é fácil descobrir, porque também não é fácil posicionarmo-nos no lado contrário. Mas se tentarmos incessantemente, e estivermos atentos á nossa consciência e sentimentos, com o tempo conseguimos. Mais, desenvolvemos a capacidade de conhecermos os outros e a nós próprios. Certamente, que este comportamento não chega para aferir ou certificar todas as escolhas e opções que fazemos. Mas já é alguma coisa, para não dizer, muito. Para colmatar os eventuais mal entendidos ou incompreensões, seguir o ditado “faz aos outros o que gostarias que te fizessem”, seria bom. Mas parece-me meia solução!!!.

Eu explico:

Um relacionamento, independentemente a sua natureza, deve ser honesto e com a melhor das intenções. No seu desenvolvimento sentimos a reacção contrária. Se houver reciprocidade, os sentimentos encaixam, é bom, é de continuar. O contrário, os sentimentos não encaixam, não é bom, é de parar. Não havendo reciprocidade de uma das partes, e continuar a tentar, é caminhar para o sentimento de intolerância, mal estar, aborrecimento e consequentemente, incompreensão. É mais sensato encarar e tratar uma relação assim, como “conhecidos”. Não podemos esquecer que sabemos e sentimos o que os outros significam para nós, mas não sabemos nem sentimos o que significamos para eles.

Para haver compreensão, o ideal era, que tudo o que fazemos uns pelos outros, fosse aceite reciprocamente, sem mágoas, melindres, desconfianças, preconceitos ou aborrecimentos, como que numa engrenagem, em que os carretos, encaixam uns nos outros harmoniosamente sem fricção. Mas infelizmente, não é.!!!.

 

Jcm-pq

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Quarta-feira, 16 de Julho de 2008

Animais de Estimação

Não é novidade para ninguém, nos dias de hoje, a existência dos tradicionais animais de estimação, predominantemente, cães e gatos, em grande quantidade. Vemo-los em vivendas e apartamentos. A maioria, sem condições de espaço e higiene. Em bairros de vivendas, é frequente ver, nas ruas, estes animais á solta e á vontade. Sabe-se que não estão abandonados pelo aspecto bem tratado que alguns apresentam. São soltos propositadamente pelos donos, para fazerem as necessidades e ao mesmo tempo usufruírem do espaço que lhes falta, enquanto habitam no canilo ou no pequeno metro quadrado que lhe está atribuído na residência. Os animais de estimação são a alegria de muita gente. Um animal nunca desilude o seu dono, mantém-se sempre fiel e amigo. No entanto, os donos deviam ter em mente três princípios básicos: Abandono, trato e disciplina. Quanto ao abandono, só tenho a dizer que é de uma crueldade tremenda. Quem o faz, são pessoas insensíveis e egoístas que não sabem ou esquecem que os animais também sofrem. Não conheço a existência de legislação relativa estas atitudes, mas acho que devia haver. É condenável tal procedimento.

Relativo aos maus tratos, há mais a dizer. Os maus tratos são diversos. Alguns, são praticados e as pessoas nem se apercebem disso. Para um animal que necessite de espaço para correr, prendê-lo ou restringi-lo a um canil, é maltratar o animal. Podem-lhe proporcionar todas as condições de higiene e alimentação, mas falta-lhe o que lhe é de mais sagrado, a liberdade. O contrário também é verdade. Dar todo o espaço e liberdade a um animal que não necessite dele, é criar-lhe confusão. Um animal confuso, sofre.

Antes de adquirir um animal de estimação, as pessoas deviam analisar e verificar se têm condições para o ter. Se, entenderem que sim, devem escolher um animal que se adapte ás condições que tiverem para lhe oferecer. Se assim procederem, a probabilidade de maus tratos involuntários diminui.

Os maus tratos voluntários, são tão condenáveis como o abandono. E, isto diz tudo.

Por fim, a disciplina. Disciplinar um animal não é fácil, mas é possível. Os donos devem criar hábitos nos seus animais, tendo em vista a boa vivência no meio ambiente em que estão inseridos. Não é agradável, ter um quintal bem tratado, e de repente verificar que é a retrete dos gatos dos vizinhos. Ou, então sair para a rua e andar em zig-zag, afastando-se das “minas” (escremento) deixadas nos passeios pelos cães, bem como inspirar o odor vindo dos muros regados pelos seus fluxos “mijatórios”. Não é menos desagradável, no sossego da noite, acordar sobressaltado e com calafrios pelos uivos dos cães e miar dos gatos. Durante o dia, embora o incómodo seja diferente, também não deixa de ser desagradável, verificar que a nossa zona de habitação, mais parece um canil público quando ouvimos uma série de cães a ladrar sem que haja razão aparente. Tudo isto, podia ser amenizado, se os donos dos animais fizessem um esforço no sentido de os disciplinar com repreensões e condicionamento de liberdade. Em suma, habituar os animais.

 

Para terminar. Animais de estimação? Sim. Mas que não causem perturbação e mau estar na sociedade.!!!

 

Jcm-pq

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Quarta-feira, 9 de Julho de 2008

Sina/Orgulho de ser mulher

Hoje, como de costume, vesti uns calções, peguei no carro e fui fazer a minha corridinha na pista de atletismo.

O rádio do carro anda sempre ligado. Como mudo de estação com bastante frequência, por vezes nem sei em qual estou sintonizado. Foi o que aconteceu, hoje. Estava no ar um mini concurso, via telefone. Para o caso também não é importante a estação, porque o formato é quase igual em todas, quando toca à interacção com o exterior, promovendo estes mini concursos, com o objectivo de angariar audiências.

No decorrer da sessão, o locutor no diálogo que travava com uma concorrente, tentando criar um ambiente mais descontraído, estava a fazer uma distinção entre mulheres e homens, com observações do tipo: “vocês mulheres são diferentes dos homens ….”, “com as senhoras temos uma atenção especial”, “com as senhoras temos de ser mais simpáticos …” etc…. A concorrente, muito calmamente e com diplomacia, interveio e disse. – Se considerar que deste lado está uma pessoa, independentemente de ser homem ou mulher, e a tratar como tal, evita-lhe mudanças de comportamento, basta ser simpático, não é preciso mais nada. O locutor ouviu, e disse. – De facto tem toda a razão, mas estes hábitos adquiridos não são fáceis de mudar. Mas deixe que lhe diga, existe muito boa senhora que gosta desta distinção. Dito isto, começou a sessão de perguntas e respostas.

Na verdade as observações do locutor não tinham nada de ofensivo e acredito que o objectivo dele era ser simpático.

 

De facto a cortesia ou simpatia, com que por vezes a sociedade trata as mulheres, são indícios de diferenciação, quando se diz com algum convencimento, que não há desigualdades. E, isto acontece sem que as pessoas se apercebam. No dia a dia podemos observar gestos de carinho, ternura, simpatia e respeito para com as mulheres, que mostram efectivamente a diferenciação, que referi.

 

Vejamos:

 

1 – Quando uma mulher tem filhos, os seus direitos e obrigações de pessoa passam para direitos e obrigações de mãe. Os filhos são a vida e o trabalho delas. Sem darem por isso, auto assumem a situação!.. Não me apercebo, que isto se aplique aos homens.

 

2 – No casal, em que ambos trabalham, a mulher ao chegar a casa, auto assume a responsabilidade de tratar dos filhos, do jantar da casa etc... Normalmente o homem, senta-se no sofá e lê o jornal.

 

3 – É comum, a mulher que trabalha, confrontar-se com observações do tipo: “ estás demasiado ocupada para ter filhos”. Será que algum homem já ouviu isto ou parecido?.

 

4 – As mulheres, habitualmente, quando se cumprimentam nunca ficam sem perguntar: “ Então como estão as crianças?.”. Com os homens não vejo que isto aconteça com muita frequência.

 

5 – Os maridos, quando lhes perguntam pelas esposas, normalmente respondem: “ Está óptima, cheia de trabalho com os filhos. !!!”.

 

Existem mais situações idênticas. Estas cinco, são suficientes para ilustrar que de uma forma inofensiva, existe discriminação entre os homens e as mulheres.

 

Isto é bom ou mau? Não sei responder. Mas creio que esta situação se vai manter eternamente, porque a maior parte das mulheres a aceitam e assumem pacificamente. Jcm-pq

publicado por jcm-pq às 08:45
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